O registro, pertencente aos acervos de Tabajara Macedo e Antônio Azevedo, mostra uma das muitas curvas da Estrada da Graciosa, em algum momento da década de 1960. Chama a atenção o fato do trecho ainda ser feito totalmente em pedras, além de não haver barreiras de proteção na lateral da pista.

Inaugurada oficialmente em 1873, a Estrada da Graciosa tem uma história que precede a chegada dos primeiros colonizadores ao Paraná. Voltemos um pouquinho no tempo para entender.

O trecho paranaense da Serra do Mar abriga as maiores elevações do centro-sul do Brasil, ficando popularmente conhecida como Cordilheira da Marinha. Essa cadeia montanhosa foi o grande obstáculo entre o litoral e o planalto paranaense. Há mais de 350 anos, os indígenas utilizavam diversas trilhas para cruzar a Serra do Mar. Esses caminhos na Mata Atlântica eram usados em tempos de colheita do pinhão. A Graciosa era uma dessas trilhas, embora ainda não tivesse esse nome.

No século XVII, colonizadores e jesuítas se estabeleceram no Paraná e o então chamado Caminho da Graciosa tornou-se uma via essencial para o transporte de insumos e mercadorias entre a capital Curitiba e as cidades litorâneas. A estrada era uma popular rota de tropeiros e foi considerada o caminho mais seguro para o transporte de cargas pesadas. Mesmo assim, a Estrada da Graciosa era um caminho estreito e grosseiro, calçado em um dos relevos mais hostis do Brasil.

Somente em 1854, após a emancipação da Província do Paraná, o imperador do Brasil, Dom Pedro II, autorizou a construção de uma estrada estadual ligando Curitiba a Antonina. O Caminho da Graciosa serviu de guia para a nova obra, concluída em 1873.

Fontes: Secretaria de Cultura do Paraná / Foto - Acervo de Tabajara Macedo e Antônio Azevedo / Acervo Paraná Histórica

Outras publicações:

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