Paraná

Paranavaí - 72 anos

1951

Com texto de Marco Antonio Deprá.

No dia 14/12/2024, Paranavaí comemorou os 72 anos da instalação do município.

Criado pela Lei Estadual nº 790, de 14/12/1951, o município de Paranavaí foi desmembrado do município de Mandaguari e solenemente instalado em 14/12/1952, com as posses dos vereadores e do primeiro prefeito, o médico José Vaz de Carvalho.

Quando o município foi criado, seu território abrangia grande parte da região noroeste do Estado do Paraná, limitado ao norte pelo Rio Paranapanema, a oeste pelo Rio Paraná, ao sul pelo Rio Ivaí e a leste pelos municípios de Nova Esperança e Mandaguaçu, também criados pela Lei Estadual nº 790, de 14/12/1951.


Área original do município de Paranavaí (em branco), quando de sua emancipação, tendo como limites: ao norte, o Rio Paranapanema; a oeste, o Rio Paraná; ao sul, o Rio Ivaí; e a leste, os municípios de Nova Esperança (em rosa) e Mandaguaçu (em verde). A área total do município era de 8.020,266 Km², equivalentes a 331.415,950 alqueires paulistas.


No passado, o vasto território do município de Paranavaí era ocupado por povos guaranis. Em 1628, missionários da Companhia de Jesus ali fundaram a Redução Jesuítica de Jesus Maria, na margem direita do Rio Ivaí. 

As Reduções Jesuíticas tinham como objetivo integrar os povos nativos, de modo pacífico, ao processo colonizador espanhol na então Província do Guayrá, que abrangia boa parte do atual Estado do Paraná. Esse processo teve início em 1610, com a fundação das Reduções de Nossa Senhora de Loreto, na foz do Rio Pirapó no Rio Paranapanema, e de Santo Inácio Mini, na foz do Ribeirão Santo Inácio no Rio Paranapanema. A partir de 1622, o padre jesuíta peruano Antônio Ruiz de Montoya assumiu a direção dos jesuítas na região e promoveu uma rápida expansão do trabalho missionário, fundando em seis anos pelo menos onze novas reduções, período em que a Redução Jesuítica de Jesus Maria foi fundada, no atual território do município de Paranavaí.

As reduções jesuíticas na região foram destruídas, entre 1628 e 1629, por ação dos bandeirantes paulistas, que assassinaram parte da população e capturaram milhares de guaranis, que foram levados para a cidade de São Paulo, aonde foram escravizados. 

Em 1629, o padre Montoya liderou a fuga de cerca de 12.000 guaranis da província do Guayrá até a Província de Misiones, na atual Argentina, a fim de escapar da fúria dos bandeirantes paulistas.

Localização das reduções jesuíticas de Nossa Senhora de Loreto, Santo Inácio Mini e Jesus Maria. Em branco, o território do atual município de Paranavaí.

A reocupação do atual território de Paranavaí começaria a ser realizada oficialmente somente a partir do início do Século XX, através de um empreendimento desenvolvido na Gleba Pirapó, uma área de aproximadamente 250.000 hectares, localizada entre os rios Paranapanema e Ivaí.


Em laranja, a área da Gleba Pirapó, com cerca de 250.000 hectares, equivalentes a 100.000 alqueires paulistas.

Esta área devoluta, denominada Gleba Pirapó, estava inicialmente reservada à Companhia de Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande, como parte do pagamento pela construção da ferrovia que ligaria as cidades de Itararé (SP) e Santa Maria (RS), realizada por aquela empresa a partir de 1897.

Desde 1908, a Companhia de Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande fazia parte da holding Brazil Railway Company, fundada em 12/11/1906, e controlada pelo engenheiro norte-americano Percival Farquhar, que havia iniciado seus investimentos no Brasil em 1904, com o objetivo de implantar um projeto para interligar a América Latina com ferrovias. A ferrovia São Paulo – Rio Grande foi inaugurada oficialmente em 17/12/1910.


Em verde, a Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande, ligando Itararé (SP) a Santa Maria (RS).

Em 04/09/1917, o Estado do Paraná fez um acordo com a Companhia Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande para regularizar a concessão de terras, incluídas as terras da Gleba Pirapó, no Noroeste do Estado do Paraná.

Em 23/08/1920, a Companhia Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande assinou contrato com o Estado do Paraná para a construção de uma linha férrea entre as cidades paranaenses de Irati e Guarapuava. Pouco depois, em 05/10/1920, transferiu tal contrato para a sua subsidiária denominada Companhia Brasileira de Viação e Comércio – Braviaco, outorgando a ela a concessão de suas terras.

A Braviaco havia sido autorizada a funcionar, através de decreto federal, em 16/06/1920, e tinha sua matriz à Rua Buenos Ayres, 51, na cidade do Rio de Janeiro. Tratava-se de uma empresa de importação e exportação de mercadorias de qualquer natureza, nacionais e estrangeiras. Também era representante de indústrias de automóveis, máquinas, adubos agrícolas, materiais de construção, óleos lubrificantes, produtos químicos, ferragens e todos os materiais para estradas de ferro. Também elaborava estudos técnicos, econômicos e financeiros e representava no país os interesses de empresas nacionais e estrangeiras. 

A Braviaco era presidida por Antonio Geraldo Rocha Filho, engenheiro baiano que, entre 1907 e 1912, havia trabalhado na construção da Estrada de Ferro Madeira – Mamoré, empreendida por Percival Farquhar. Ainda em 1912, Geraldo Rocha transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde passou a atuar como colaborador do periódico A Noite. 

Tudo indica que Geraldo Rocha representava os interesses de Percival Farquhar no Rio de Janeiro, então Capital Federal. O jornal A Noite havia sido fundado, em 1911, por investidores liderados por Irineu Marinho Coelho de Barros. Tinha uma grande tiragem e era muito popular à época. Em 1925, Geraldo Rocha assumiu a direção do jornal, utilizando-se de uma manobra estatutária, durante uma viagem de Irineu Marinho à Europa. Afastado da direção, Irineu Marinho desligou-se do jornal A Noite e fundou o periódico O Globo.

Ao realizar a demarcação de suas terras na região noroeste do Paraná, a Braviaco defrontou-se com os interesses da Companhia Marcondes de Colonização, Indústria e Comércio. Em 1925, as duas empresas fizeram um acordo e a Braviaco ficou com a posse da Gleba Pirapó, que foi registrada no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Tibagi (PR), em 31/07/1925.  

Na mesma época, a Companhia de Terras Norte do Paraná – CTNP, constituída em 24/09/1925 por um grupo britânico, passou a adquirir terras no Norte do Paraná, a partir de 16/10/1925. Em 1927, a área total adquirida totalizava 515.017 alqueires paulistas.


Em amarelo, a Gleba Pirapó, com 100.000 alqueires. Em verde, a área adquirida pela CTNP, com 515.017 alqueires paulistas.

Em 1926, a Braviaco deu início à construção de uma estrada de rodagem ligando a Estrada Inglesa até a região determinada para a fundação da Fazenda Ivaí, dentro da Gleba Pirapó. Também foi dado início à construção da estrada entre a fazenda e o Porto São José, para possibilitar o acesso a Guaíra, Porto Mendes e Argentina, e também ao Mato Grosso e ao Porto Epitácio, em São Paulo.  Os trabalhos ficaram a cargo do engenheiro agrônomo baiano Joaquim da Rocha Medeiros, contratado pela Braviaco, e a direção a cargo do também engenheiro agrônomo baiano Landulpho Alves de Almeida, vice-diretor da Braviaco.


Mapa do noroeste do Estado do Paraná e sul do Estado de São Paulo – Em branco, as ferrovias existentes na região, em 1926. Em verde, o trecho da Estrada Inglesa já construído pela CTNP. Em vermelho, o traçado da estrada que começava a ser construída pela Braviaco, ligando a Estrada Inglesa à sede da Fazenda Ivaí. Em amarelo, o traçado da estrada que ligaria a sede da Fazenda Ivaí ao Porto São José, cuja construção também estava sendo iniciada pela Braviaco.  

Ainda em 1926, as primeiras 300 famílias foram trazidas de trem de Pirapora (MG), às margens do Rio São Francisco, até Presidente Prudente (SP), e de lá, por estradas rústicas, até a Fazenda Ivaí.

Em 1927, foi iniciado o plantio de 1.200.000 pés de café. Uma serraria foi construída logo no início, mas as famílias demoraram até 2 anos para ter suas casas. 

Nos anos seguintes, outras levas de migrantes chegaram à Fazenda Ivaí. Com o aumento populacional, em 13/04/1929, a Lei Estadual nº 2665, de autoria do deputado Edmundo Alberto Mercer, criou o Distrito de Montoya, vinculado à Comarca de Tibagi. A instalação do Distrito de Montoya ocorreria somente em 19/12/1930, com a posse do primeiro escrivão, Alpiniano Nascimento Ramos.

Em outubro de 1930, um acontecimento político iria selar o fim do empreendimento da Braviaco na região.

No dia 24/10/1930, um golpe de estado liderado por Getúlio Vargas depôs o presidente da república Washington Luís e impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes, pondo fim à República Velha.

Geraldo Rocha, presidente da Braviaco, tinha usado seu jornal A Noite para apoiar a candidatura de Júlio Prestes, que disputou a presidência da república contra o candidato Getúlio Vargas.  Em represália, o governo revolucionário de Getúlio Vargas destituiu Geraldo Rocha de suas representações comerciais. A partir de então, Geraldo Rocha deixou de representar os interesses da empresa Brazil Railway Company e de suas subsidiárias.

Em 03/11/1930, o Decreto nº 300 do Governo do Estado do Paraná, assinado pelo general Mário Tourinho, interventor federal no Estado do Paraná, rescindiu o contrato com a Companhia Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande, lavrado em 23/08/1920, e por esta cedido à Braviaco. Dessa forma, foram declarados nulos, e de nenhum efeito, todos os títulos de domínio de terras expedidos, aí incluído o da Gleba Pirapó. Nessa época, o Distrito de Montoya contava com cerca de 6.000 habitantes. 

Em 08/04/1931, através do Decreto nº 800, o interventor Mário Tourinho regulamentou a venda de terras devolutas do Estado, objetivando solucionar o problema de colonização das terras paranaenses, limitando a 200 hectares a área a ser concedida a cada pessoa ou família e fixando o preço de venda por hectare.

Em 30/08/1932, foi prolatada sentença judicial determinando o cancelamento de contratos entre o Estado e a Braviaco, disso resultando a suspensão do financiamento aos serviços da Fazenda Ivaí. Com isso, a Braviaco suspendeu os serviços na Fazenda Ivaí, abandonando os 1.200.000 pés de café e as 6.000 pessoas que habitavam a fazenda, que contava 1.000 alqueires de cafezais e 300 alqueires de pasto. Colonos e funcionários tiveram que se retirar a pé, perdendo todos os seus haveres. A Fazenda Ivaí, aos poucos, foi sendo desocupada.

Em 1933, o Interventor Manoel Ribas, que governou o Paraná de 30/01/1932 a 03/11/1945, assumiu a Gleba Pirapó e planejou a colonização da área, com a denominação de Fazenda Brasileira. 

Em 1936, ocorreu a chegada de Telmo Ribeiro à Fazenda Brasileira.

Telmo Ribeiro havia servido em Porto Murtinho, no Mato Grosso, em 1932, no posto de tenente do Esquadrão da Brigada Militar, com sede em Ponta Porã, do Regimento de Cavalaria. Depois que saiu do regimento, Telmo Ribeiro foi trabalhar na Companhia Mate Laranjeira, onde conheceu o engenheiro Natel Camargo, que comercializava gado na Fazenda Brasileira. 

Junto com Natel Camargo, Telmo Ribeiro foi a Londrina conversar com o representante do governo estadual, Aquiles Pimpão Ferreira, intermediário do interventor Manoel Ribas. Após essa entrevista, Telmo Ribeiro foi comissionado pelo interventor para abrir estradas ligando a Fazenda Brasileira a outras cidades da região. 

Aquiles Pimpão Ferreira, membro da Polícia Militar do Paraná, seria nomeado delegado de polícia de Londrina, em 1938, pelo Interventor Manoel Ribas, e, depois, foi designado prefeito de Londrina, em 23/10/1943, exercendo o cargo até 14/05/1945.
 
A decisão de Ribas de construir estradas a partir da Fazenda Brasileira contrariava os interesses da CTNP, na medida em que a colonização dos ingleses se estendia a Maringá e prometia alcançar as áreas de Cianorte e Umuarama, a preços superiores aos da Fazenda Brasileira, que eram relativamente simbólicos, por se tratar de empreendimento oficial em terras devolutas. Mas os planos do interventor foram mantidos.

Apesar de o nome ter sido alterado, em 1933, para Fazenda Brasileira, o nome da Fazenda Ivaí ainda constava do mapa de Londrina, elaborado 1938.


Mapa de Londrina – 1938 – No retângulo vermelho, a localização da Fazenda Ivaí.

A estrada ligando a Fazenda Brasileira a Arapongas ficou pronta em 1939. Na verdade, a estrada era um rústico caminho aberto no meio da mata virgem. Em 16/12/1939, ocorreu a viagem inaugural da linha Londrina – Fazenda Brasileira, da Empresa Rodoviária Garcia & Garcia Ltda., de Celso Garcia Cid.

Em 22/07/1940, o Decreto Lei Federal nº 2436 incorporou ao patrimônio da União todo o ativo existente, no território nacional, da Brazil Railway Company,  e suas empresas filiadas. Desta forma, o título de propriedade da Gleba Pirapó foi definitivamente cassado. A Brazil Railway Company estava concordatária desde 18/07/1917.

Em 26/06/1941, a fim de acelerar a colonização, o governo estadual determinou a demarcação das terras da Gleba Pirapó e a execução de um projeto de loteamento.

Os trabalhos começaram efetivamente em 14/07/1941, com a instalação do marco zero na confluência das atuais avenidas Paraná, Getúlio Vargas e Marechal Cândido Rondon, sob o comando do engenheiro Alexandre Beltrão. 

Em 1942, foi averbado o cancelamento do registro da Gleba Pirapó feito pela Braviaco, em 31/07/1925. 

Ainda em 1942, foi demarcada a primeira gleba da Fazenda Brasileira e da primeira via pública da futura cidade: a atual Avenida Paraná, em Paranavaí.

Somente após o término do processo judicial pelo qual o Estado obteve de forma definitiva o cancelamento do registro da Gleba Pirapó e de outras glebas que se encontravam sob domínio da Braviaco, é que foi possível a colonização da Fazenda Brasileira e de outras terras no noroeste do Estado do Paraná.

Em 10/11/1942, ocorreu a inauguração oficial da Estrada Maringá – Porto São José, cujas obras foram concluídas por Telmo Ribeiro. A solenidade também marcou a fundação da Vila Pinguim, empreendimento da CTNP em território da futura cidade de Maringá. O evento deu-se em frente ao Hotel Campestre, construído pela CTNP, na presença de diversas autoridades, dentre as quais a do interventor Manoel Ribas. Atualmente a Vila Pinguim é um bairro de Maringá, conhecido como Maringá Velho. 


Solenidade de inauguração da Estrada Maringá – Porto São José e do Hotel Campestre, na Vila Pinguim, na atual cidade de Maringá. Na faixa, lê-se: “Marcha para o Oeste – Maringá – Porto São José – 10 de novembro de 1942”. Fonte: Acervo do Museu da Bacia do Paraná.

Em 1943, Hugo Doubek foi nomeado Inspetor de Terras pelo governador, para administrar a Fazenda Brasileira. 

Em 1944, a Fazenda Brasileira teve seu nome alterado para Paranavaí, por sugestão do engenheiro Francisco de Almeida Faria, diretor da 4ª Inspetoria de Terras do Estado, instalada em Londrina (PR).

Em 19/04/1944, durante as comemorações do aniversário do presidente Getúlio Vargas, a sede do núcleo colonial de Paranavaí foi oficialmente inaugurada. À época, Paranavaí pertencia ao território do município de Apucarana (PR).

Ainda em 1944, começaram a chegar os primeiros colonos à região. Ao final daquele ano, o núcleo urbano de Paranavaí já contava com 80 casas e 500 habitantes.

A partir de 1946, o Governo do Estado passou a conceder grandes áreas para que empresas colonizadoras atuassem na região noroeste do Estado, a oeste de Paranavaí.

Como exemplo, pode-se citar, dentre outras:
- Sociedade Técnica Engenheiro Beltrão Ltda., que colonizou 17 mil hectares, onde surgiria a cidade de Tamboara; 
- Colonizadora Brasil – Paraná, que fundaria a cidade de Querência do Norte; e 
- Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná – Sinop, que fundaria a cidade de Terra Rica.

Em 11/10/1947, a Lei Estadual nº 2 elevou Paranavaí a distrito de Mandaguari, que foi elevada a município mesmo diploma legal. De acordo com a lei, o território do distrito de Paranavaí, tinha os seguintes limites: ao norte, o Rio Paranapanema; a oeste, o Rio Paraná; ao sul, o Rio Ivaí; e a leste, os ribeirões da Esperança e do Diabo. O distrito tinha um território maior do que o território original do município de Paranavaí, pois abrangia também localidades como Capelinha (atual Nova Esperança), Alto Paraná, Santa Maria, São João do Caiuá, Santo Antonio do Caiuá, Ivaitinga, Nova Bilac e Esperança, atual Barão de Lucena.

Território do município de Mandaguari, de acordo com a Lei nº 2, de 11/10/1947. Composto pelo distrito sede (em amarelo) e pelos distritos de Marialva (em verde), Maringá (em rosa) e Paranavaí (em branco).

Em 14/12/1951, através da Lei Estadual nº 790, o distrito de Paranavaí foi elevado a município, sendo instalado oficialmente em 14/12/1952.


Território original do município de Paranavaí, quando emancipado.

A partir do final de 1954, teve início um processo de desmembramento do município de Paranavaí, conforme se vê a seguir.


A Lei Estadual nº 253, de 26/11/1954, criou oito municípios, todos desmembrados do município de Paranavaí (1): Terra Rica (2), Nova Londrina (3), Loanda (4), Querência do Norte (5), Santa Cruz de Monte Castelo (6), Santa Isabel do Ivaí (7), Paraíso do Norte (8) e Tamboara (9).


A Lei Estadual nº 2565, de 24/01/1956, criou o Município de São Carlos do Ivaí (10), com áreas desmembradas dos municípios de Tamboara (9) e de Paraíso do Norte (8).


A Lei Estadual nº 4245, de 25/07/1960, criou mais quatro municípios: Jurema (11), Guairaçá (12) e Planaltina do Paraná (14), desmembrados de Paranavaí (1); e Nova Aliança do Ivaí (13), desmembrado de Paraíso do Norte (8). Um ano depois, a Lei Estadual nº 37, de 13/06/1961, alterou no nome do município de Jurema para Amaporã. Nessa ocasião, o município de Paranavaí (1) atingiu a sua menor área territorial.


A Lei Estadual nº 4338, de 25/01/1961, criou mais dois municípios: Itaúna do Sul (15), desmembrado de Nova Londrina (3); e Mirador (16), desmembrado de Paraíso do Norte (8).


Em 21/05/1963, o município de Paranavaí (1) adquiriu do município vizinho de Alto Paraná o Distrito de Sumaré, através da Lei Estadual nº 1717, aumentado, com isso, sua área territorial. Originalmente, a área do Distrito de Sumaré pertencia à CTNP, empresa colonizadora que havia implantado o povoado.


A Lei Estadual nº 4738, de 05/07/1963, criou os municípios de Porto Rico (17), desmembrado do município de Loanda (4), e de Diamante do Norte (18), desmembrado do município de Nova Londrina (3). No mesmo ano, a Lei Estadual nº 4788, de 29/11/1963, criou o município de São Pedro do Paraná (19), desmembrado no município de Loanda (4).


A Lei Estadual nº 5678, de 19/10/1967, criou o município de Marilena (20), desmembrado do município de Nova Londrina (3).

Todo este rápido processo colonizador ocorrido deste a criação do município de Paranavaí, em 1951, até o final da década de 1960, somente foi possível graças à cafeicultura, que absorvia muita mão de obra, que chegava de todas as regiões do país e até do exterior, e gerava muitas riquezas. 

Porém, a partir da grande geada ocorrida em 1975, teve início um processo de diversificação da agropecuária na região e um êxodo rural sem precedentes no Paraná. Em função deste grave acontecimento, a população de praticamente todos os municípios da região noroeste sofreu forte redução, o que causou a estagnação econômica de toda a região nas décadas seguintes.


O último município a ser criado na área original do município de Paranavaí (1), foi Santa Mônica (21), emancipado pela Lei Estadual nº 9233, de 26/04/1990, desmembrado do município de Santa Isabel do Ivaí (7).

A partir de programas de incentivos governamentais, a região passou por novos ciclos de desenvolvimento, graças à implantação de outras atividades econômicas, tais como:
- Plantio de canaviais e a instalação de indústrias do setor sucroalcooleiro;
- Estimulo às atividades cooperativistas;
- Projetos de melhoramento genético e de criação de gado bovino para corte e produção de leite;
- Cultivo de lavouras de soja e milho;
- Plantio de lavouras de frutas cítricas e a instalação de indústrias de produção de sucos;
- Implantação de pequenas indústrias agroindustriais e do setor metal-mecânico;
- Criação de instituições de ensino de nível superior; e Implantação de projetos de turismo, principalmente na costa oeste, no Rio Paraná. 

Segundo o censo IBGE 2022, habitam a área original de Paranavaí 240.059 pessoas, sendo que 92.001 delas no atual Município.


O território do atual município de Paranavaí (em verde) está praticamente todo dentro da área da antiga Gleba Pirapó (em laranja). A única área que fica fora é a relativa ao distrito de Sumaré, adquirido em 1963. Em branco, a área original do município de Paranavaí, que abrangia toda a Gleba Pirapó.

Fontes:
- Livro: História de Paranavaí, de Paulo Marcelo Soares da Silva;
Sites: David Arioch – Jornalismo Cultural / Wikipédia / IBGE Cidades / Hemeroteca da Biblioteca Nacional.

Outras publicações:
Inscreva-se

* respeitamos nossos inscritos, não enviamos spam.

Inscreva-se

* respeitamos nossos inscritos, não enviamos spam.

Cookies: nós captamos dados por meio de formulários para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.