1947
“A conjugação entre as atividades turísticas e a reabilitação de centros históricos [...] tem resultado em experiências positivas [...]”.(PELEGRINI, 2.006, pág.20). Esta deve ser a visão dos gestores públicos e privados do município de Maringá. Buscar o desenvolvimento sustentável através da preservação de bens históricos e culturais, tornando-se referência nacional e internacional.
Foto: Construção da 3° Estação Rodoviária de Maringá, denominada Américo Dias Ferraz, em homenagem ao segundo prefeito da cidade.
Atualmente, os turistas podem encontrar prédios e arranha-céus em qualquer metrópole, mas uma construção da década de 1.940, por exemplo, só podem ser encontradas nos lugares que se preocupam com a preservação histórico-social. Este é o fator que muitas vezes encanta o turista, seja qual segmento for: negócios, lazer, aventura, etc. O ato de atrair o visitante, através do tangível e intangível, analisando a hospitalidade que congrega desde o hotel até o taxista, cria o funcionamento sustentável da indústria que não possui chaminés, o Turismo. Este que nos dias de hoje é considerado o terceiro alavancador econômico mundial, ficando atrás da indústria bélica e petrolífera.
Contudo, vários são os cuidados iniciais a serem tomados com esta visão de investimento. Se Maringá se tornar um referencial por seus bens tombados e salvaguardados, ela deverá se atentar para a Capacidade de Carga1 de visitação diária nos bens tombados. Realizar estudos e pesquisas periódicas para avaliar as necessidades dos visitantes. Organizar através do Maringá e Região Convention & Visitors Bureau2 em conjunto a Secretaria de Turismo, treinamentos com todo o trade turístico, entre muitas outras ações, que tornarão sempre ascendente a visitação para os bens e respectivos pontos turísticos de Maringá.
Foto: Banco Mercantil de São Paulo S.A.
Sobretudo, os acadêmicos de todos os cursos relacionados a preservação da cidade, devem buscar através de ações embasadas, mostrar que é possível tombar bens históricos, transformando-os em centros de visitação novamente. De todos os casos, seja demolindo ou tombando, existem e sempre existirão investidores interessados em ambos os casos. Valerá muito do poder de perspicácia e desenvoltura do gestor em questão, para transformar o problema em solução, como cita Bob Dylan em sua canção, parafraseando que as respostas dos problemas estão no ar ou no próprio problema, no caso de Maringá a solução para os bens históricos esquecidos é a preservação: “...the aswer my friend, is blowing in the wind...”3
Como forma de demonstração dos erros no passado, segue uma relação de bens que deveriam ter sido tombados, mas devido a falta de atenção dos gestores, privados e públicos, deixaram a mercê e entraram no esquecimento e respectiva destruição natural e humana: Frigorífico Central; Cine Paraná; Cine Primor; Aeroclube Social de Maringá; Catedral Santíssima Trindade; 1º Prefeitura (Casa de Madeira); Fonte Luminosa (Praça Raposo Tavares); Estação Ferroviária; 1ª e 2ª Rodoviárias; Hotel Campestre; Hotel Esplanada; Painel Artístico “Lavoura do Café”; Palace Hotel; e a Máquina de Café Santo Antonio.
Sobretudo, ainda existem bens que estão prestes a demolição ou desabamento, mas que enquanto os seus telhados não tocarem o chão, ainda são factíveis de salvação, são as estruturas: Cine Maringá; Cine Horizonte; Aeroporto Gastão Vidgal; Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória e seu entorno; Centro de Convivência Deputado Renato Celidônio; Teatro Plaza; Teatro Banestado; Teatro Reviver; IML; Parque do Ingá; Horto Florestal; 2ª Câmara de Vereadores; Praça Raposo Tavares; Praça Sete de Setembro; Rodoviária Américo Dias Ferraz; Biblioteca Central Gov. Bento Munhoz da Rocha Neto; e tantos outros de extremo interesse histórico.
Foto: Em 1970, o então prefeito Adriano Valente e A. A. de Assis conversam no Parque do Ingá.
Citações:
1 A quantidade exata de visitantes que um determinado local suporta sem sofrer danos.
2 Instituto de Turismo de Maringá, possuidor de 114 mantenedores do trade turístico. (www.maringacvb.com.br)
3 Canção composta por Bob Dylan, presente no álbum The Freewheelin' (1963). Em Tradução: “A resposta meu amigo está soprando no ar.”
Referências:
PELEGRINI, Sandra C. A. O Patrimonio Cultural no Discurso e na Lei: Trajetórias do Debate Sobre a Preservação no Brasil. Doutora do Departamento de História – Universidade Estadual de Maringá – PR. 2.006.
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