1946
De 1946, o registro mostra a estrutura que foi improvisada para a missa de lançamento da pedra fundamental da Capela Santa Cruz, a primeira igreja a ser construída em zona urbana de Maringá. Aquela foi uma conquista da comunidade que havia se instalado no núcleo embrionário da cidade.
No início de 1946, a cada segundo domingo do mês, o padre Emil Clemens Scherer celebrava missas nessa localidade, adaptando um altar na varanda das casas. Segundo o padre Orivaldo Robles anotou, no primeiro encontro compareceram aproximadamente 400 fieis. Depois, devido a chuvas, apenas 100 pessoas estiveram presentes. Mas, no domingo de Ramos, no dia 14 de abril, mais de 500 moradores demonstraram a sua fé. Momento que 29 crianças foram batizadas e uma comissão foi criada para a construção de uma capela nessa região. Seria o segundo templo da cidade - o primeiro havia sido inaugurado em 1940, na fazenda de Scherer. Trata-se da Capela São Bonifácio.
Arthur Hugh Muller Thomas, então gerente da Companhia de Terras Norte do Paraná, mostrou boa vontade para doar o terreno, mas desejava que aquele templo fosse construído mais à leste, na área que a colonizadora executava o novo projeto urbano. Independente a essa exigência, a comissão decidiu mantê-lo no núcleo que já estava consolidado. Foi assim que a sua pedra fundamental e o seu cruzeiro foram lançados.
Vendo a movimentação da comunidade, a colonizadora acordou com a vontade do povo e doou o terreno desejado.
Em 30 de junho de 1946, realizou-se uma quermesse para angariação de fundos para concretizar esta obra. O evento contou com a presença de Dom Enrique Weber, da Ordem Beneditina de São Paulo.
Dois projetos foram concebidos para a nova capela: um pelo arquiteto Omar Rupp, de Londrina, e outro pelo ginásio Cristo Rei, de Jacarezinho. Um deles, não se sabe qual, foi selecionado e aprovado pelo prefeito de Apucarana, Município que Maringá estava vinculada administrativamente à época.
Em 10 de setembro de 1946, teve início a limpeza do terreno próximo a praça 7 de Setembro. No dia 3 de outubro, o pedreiro Fioravanti Bussolin deu início a construção. Scherer tratou de contratar os carpinteiros Vicente e João D’Agostini.
Aquela obra provaria a fé dos cristãos. Além de chuvas que atrasaram a sua entrega, nuvens de gafanhotos invadiram Maringá em 23 de outubro de 1946. Levantaram voo, mas em 12 de novembro os seus ovos eclodiram e nova peste se espalhou.
Superados os desafios, durante o domingo da Paixão de Cristo de 1947, em um altar provisório sob a estrutura inacabada, a capela celebrou a sua primeira missa. O templo foi nomeado Santa Cruz por sugestão de David Rabello de Oliveira, em referência à sua cidade de origem, Santa Cruz do Rio Pardo, interior de São Paulo. A comissão das obras, incluindo Scherer, acatou a ideia.
Fontes: Acervo Maringá Histórica / Livro "A história da Igreja Católica de Maringá: a Igreja que brotou da mata", de Orivaldo Robles / revista Maringá Ilustrada de 1957.
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