Maringá

A Colônia Alemã em Maringá – Parte 3

1955

Com texto de Marco Antonio Deprá

Para ler as Partes 1 e 2, clicar nos links abaixo:

https://www.maringahistorica.com.br/publicacoes/4862/a-coloniaalema-em-maringa-parte-1

https://www.maringahistorica.com.br/publicacoes/4873/a-coloniaalema-em-maringa-parte-2


Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro de Maringá

Desde o início da colonização de Maringá, como visto nos textos anteriores, a Colônia Alemã tinha o sonho de constituir um clube cultural e recreativo onde pudesse se reunir para manter suas tradições, cultura, língua e culinária.

Em 1955, a Colônia Alemã havia fundado o Centro Cultural 25 de Julho de Maringá, que teve existência efêmera, encerrando suas atividades possivelmente em 1958. A partir de então, a Colônia Alemã em Maringá passou a se reunir em um barracão pertencente ao seu membro Markus Herold, situado na Rua Marechal Deodoro, nº 469, na Zona 7.

Num desses encontros, foi criado um grupo informal denominado Alte Kameraden (Velhos Companheiros ou Velhos Camaradas, em português) que se reunia periodicamente no barracão de Markus Herold para almoços, jantares e bailes em ocasiões festivas. 

Foi num desses encontros do grupo Alte Kameraden que o antigo sonho de fundar um clube alemão voltou a ser discutido. 

A primeira reunião para a concretização do sonho foi realizada no dia 27/03/1960, na antiga Churrascaria Catarinense, situada na Rua Santos Dumont, na região central da cidade de Maringá. Dentre outros, participaram dessa reunião histórica as seguintes pessoas: 

Bruno Wunderlich;
Cristian Herold;
Claus Paul Thonern;
Ernst Mann;
Franz Wunderlich;
Georg Reinold Staiger;
Haroldo Gaase;
Herbert Georg Boehm;
Johannes Meyer;
Markus Herold;
Sigmund Tucholke;
Wilhelm Kelbert; 

Fotografia de Georg Reinold Staiger em sua ficha de imigração. 

Dois meses depois, em 22/05/1960, num Domingo, foi realizada a primeira Assembleia Geral Extraordinária para constituição do Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro de Maringá, registrado no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas da Comarca de Maringá. Nessa Assembleia, presidida por Sigmund Tucholke e secretariada por Ernst Mann, e que contou com 16 pessoas presentes, foi aprovado o primeiro Estatuto da nova entidade e realizada as eleições do Conselho Administrativo e do Conselho Fiscal. 

Como presidente do Conselho Administrativo foi eleito Markus Herold, como vice-presidente, Ernst Mann e como secretário, Haroldo Gaase. Na ocasião, foi fixado o prazo de oito dias para a eleição da Diretoria Executiva. E no artigo 34, parágrafo primeiro, do Estatuto aprovado, ficou estabelecido que as Assembleias Gerais Ordinárias seriam convocadas anualmente, entre os dias 15 de Agosto e 15 de Setembro. 

No dia 29/05/1960, foi realizada a eleição para escolha dos membros da primeira Diretoria Executiva da entidade. Foram eleitos os seguintes membros para a gestão 1960/1961:

Presidente: Claus Paul Thonern; 
2º Presidente: Helmut Brosowski;
1º Tesoureiro: Herbert Boehm; 
2º Tesoureiro: Ivo Koepsel;
1º Secretário: Haroldo Gaase;
2º Secretário: Ivar Weinberg;
1º Conselheiro: Sepp Schiel;
2º Conselheiro: Michel Pandorf;
Conselheiros Fiscais:
Hans Loest
Hans Basteck
Técnico de Filmes: Carlos Basteck.

A primeira sede do novo clube, agora oficialmente constituído, foi instalada no barracão de propriedade de Markus Herold, na Rua Marechal Deodoro, nº 469, próxima à Igreja do Divino Espírito Santo, no mesmo local onde os membros do grupo Alte Kameraden costumavam se reunir.

Em 30/08/1960, três meses depois de fundado, o clube adquiriu da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná – CMNP uma área de 2.320,00 m², formada pelos lotes nº 14, 15, 16 e 17, da quadra 85-A, na Zona 7, com frentes para a Avenida Colombo, a Rua Evaristo da Veiga e a Rua São João, com área de 580,00 m² cada lote. A compra foi feita em três parcelas, sendo que a última foi quitada em 13/03/1968. 

De acordo com o Horst Thonern, filho de Claus Paul Thonern, o Clube Cultural e Recreativo Teut0-Brasileiro teve como sede provisória um barracão construído nos lotes 52, 53 e 54, da Quadra A-2, da Zona 9, situado na então Avenida das Indústrias, atualmente denominada Avenida Bento Munhoz da Rocha Neto, onde hoje é o depósito da Receita Federal. Esse local foi utilizado até que o prédio próprio do clube fosse construído.

No retângulo vermelho a localização do barracão onde a Colônia Alemã se reunia enquanto a sede própria do Teuto-Brasileiro estava em construção. 

No ano de 1961, ainda na gestão de Claus Paul Thonern (1960-1961), foi dado início à construção do prédio da sede social, com área construída de 547,65 m².

Em 10/05/1961, por ocasião dos festejos comemorativos ao 14º aniversário de Maringá, membros da Colônia Alemã, liderados por Claus Paul Thonern, participaram do desfile ocorrido no centro da cidade, sobre a carroceria de um carro alegórico.

Membros da Colônia Alemã no desfile em comemoração ao 14º Aniversário de Maringá, em 10/05/1961, que ocorreu durante a gestão de Claus Paul Thonern à frente do Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro de Maringá.

Durante o desfile do 14º aniversário de Maringá, no detalhe, de pé à esquerda, de colete escuro, o pioneiro Claus Paul Thonern, 1º presidente do Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro de Maringá. 

Ainda no primeiro semestre de 1961, com o intuito de angariar mais recursos para a construção da sede do clube, foi lançado um concurso para a eleição da rainha e das duas princesas daquela entidade. A moça que angariasse mais dinheiro seria eleita rainha, onde cada voto representava um valor preestipulado. A jovem Bronia Erna Wunderlich arrecadou a maior soma de dinheiro, obtendo 37.000 votos, sagrando-se Rainha do Clube em 29/07/1961. Como 1ª Princesa foi eleita Roseli Pandorf com 12.712 votos e como 2ª Princesa Edi Kaiser com 6.465 votos. 

Como o clube ainda não tinha sede própria, o evento de premiação foi realizado na sede do Clube dos Comerciários de Maringá, entidade situada na Rua Deputado Néo Alves Martins, entre a Avenida São Paulo e a Rua Piratininga. 

Nas fotos a seguir vemos as vencedoras recebendo as respectivas faixas, após discurso de agradecimento feito por Claus Paul Thonern, presidente do clube.

Bronia Erna Wunderlich, filha de Franz Wunderlich, é coroada Rainha do Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro em 29/07/1961. Erna se casaria com Fernando José Faria de Ferraz. Observando a cena, o presidente Claus Paul Thonern. 

Ao centro, Bronia Erna Wunderlich, Rainha do Clube Recreativo Teuto-Brasileiro de Maringá de 1961, coroada em 29/07/1961. À esquerda, Roseli Pandorf (1ª princesa), que se casaria com Ademar Koepsel, e à direita, Edi Kaiser, que se casaria com Reynaldo Mayer. 

Durante o evento, Claus Paul Thonern discursou fazendo breve relato sobre sua gestão à frente do Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro de Maringá. Lembrou que o candidato natural para ocupar a primeira presidência da Diretoria Executiva deveria ter sido Markus Herold que, por motivos pessoais, não quis concorrer ao cargo. Disse ainda que a diretoria já havia decidido que seriam aceitos sócios não alemães.  

Claus disse também que havia declarado como sócio honorário do clube o engenheiro Franz Kretschmar, de Londrina (PR), por ter elaborado o anteprojeto da nova sede e que iria projetar a planta das canchas de bolão. Disse que também havia concedido o título de sócio honorário ao engenheiro Romeu Egoroff, que elaborara a planta da nova sede e que fiscalizaria a obra. Por último, informou que o sócio e engenheiro Antonio Eriberto Schwabe havia se disponibilizado a fazer os cálculos e supervisionar as obras de construção da nova sede.

Carteira de sócio-fundador do Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro, categoria A nº 6, emitida para Claus Paul Thonern e assinada por ele próprio como Presidente, em 04/06/1960 (gestão 1960/1961). 

Membros da Colônia Alemã e do Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro no desfile em comemoração ao 15º Aniversário de Maringá, em 10/05/1962. O menino logo atrás da cabine é o Edu, filho de Claus Paul Thonern, hoje empresário em Indaial (SC).

Carro alegórico simbolizando o navio que trouxe os primeiros alemães ao Brasil, no desfile cívico realizado durante os festejos do 15º aniversário de Maringá, em 10/05/1962. 

Reeleito para um segundo mandato como presidente, para a gestão 1961/1962, Claus Paul Thonern, por motivos pessoais, não pode concluir seu mandato e tampouco finalizar as obras de construção da sede própria do clube.

Em seu lugar assumiu interinamente o vice-presidente Helmut Brosowski, conforme Ata da Assembleia Extraordinária do dia 10/06/1962. 

Fotografia de Helmut Brosowski em sua ficha de imigração.

Assim que deixou o cargo, Claus Paul Thonern mudou-se para uma de suas propriedades rurais em Fênix (PR), onde ocorreu o acidente com trator que ceifou sua vida. Faleceu em 31/08/1962, aos 60 anos de idade. 

Três meses depois, durante a Assembleia Geral Ordinária, realizada no dia 16/09/1962, foi eleito Bruno Preis, como novo presidente do clube. Na mesma assembleia foi aprovado o novo estatuto da entidade.

Bruno Preis (Gestão 1962-1965).

O prédio da sede própria do clube foi concluído no final do ano de 1962. Em seguida, foi dado início à construção de um prédio anexo para abrigar as quatro canchas de bolão.

Em 17/09/1964, motivada pelo desenvolvimento das atividades do clube, a diretoria adquiriu do espanhol Juan Jesus Rodrigues Chinchilla o lote vizinho, de nº 13, com 572 m².  A aquisição deu-se durante a gestão do presidente Bruno Preis (1962/1965). O terreno foi quitado em 06/12/1967. 

Ainda durante a gestão de Bruno Preis (1962/1965), o Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro de Maringá foi declarado de Utilidade Pública pela Lei Ordinária Municipal nº 359/65, de 09/06/1965.

Durante a gestão do presidente João Preis (1966-1968), o Teuto-Brasileiro promoveu, juntamente com o Country Club Maringá, a 2ª Festa do Chopp de Maringá, em 06/05/1967, por ocasião dos festejos do 20º aniversário de Maringá. 

Canecos da 2ª Festa do Chopp de Maringá, realizada em 06/05/1967. 

Desde sua fundação, o Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro de Maringá era conhecido pelos maringaenses como Clube Alemão.

Provavelmente em 15/08/1967, o clube adquiriu de Ivo Koepsel, um último lote vizinho, de nº 18, com 572 m². O terreno foi quitado em 06/12/1967.

Vista Aérea de Maringá – Em vermelho o Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro de Maringá. Possivelmente em 1967.

Vista Aérea de Maringá – Detalhe - Em vermelho vê-se a sede própria do Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro de Maringá, possivelmente em 1967. A imagem mostra os dois primeiros edifícios construídos no terreno do clube. À esquerda, vê-se o prédio da sede social e, à direita, o prédio maior que abrigava as canchas de bolão. Interessante notar que o Teuto-Brasileiro era vizinho de outra importante entidade cultural de Maringá: a Sociedade Cultural e Esportiva de Maringá – Socema, atual Associação Cultural e Esportiva de Maringá – Acema. À esquerda da imagem vê-se o campo de beisebol e a seu lado, na parte de cima da imagem, o edifício sede daquela entidade. 

Ainda durante a década de 1960, a Colônia Alemã continuou a participar dos eventos promovidos pela prefeitura como, por exemplo, o desfile do 20º aniversário de Maringá, quando novamente foi montado um carro alegórico para mostrar a cultura alemã.


Membros da Colônia Alemã no desfile em comemoração ao 20ª Aniversário de Maringá, em 10/05/1967. 

Todos os seis terrenos adquiridos pelo clube somente foram escriturados e registrados em cartório durante a gestão de Curt Brandel (presidente) e Izidoro Sagrillo (tesoureiro). Os lotes 14, 15, 16, 17 e 18 foram escriturados em 31/12/1970 e o lote nº 13 foi escriturado em 14/01/1971.

Curt Brandel (Gestão 1970-1972).

Originalmente, os lotes tinham as seguintes áreas e dimensões:

Abaixo se vê a planta da quadra 85-A da Zona 7, onde foi instalada a primeira sede própria do clube.


Planta da Quadra 85-A da Zona 7 de Maringá. Em verde os terrenos da primeira sede própria do Teuto-Brasileiro.

João Preis sucedeu seu irmão Bruno Preis na presidência do clube. Foi durante sua gestão (1966/1968), mais precisamente em 27/05/1967, que começou a assinar uma coluna no jornal “Folha do Norte do Paraná”, denominada “Bolão em Revista”, em que informava os principais fatos envolvendo o Teuto-Brasileiro e seus associados.

O bispo Dom Jaime Luiz Coelho jogando bolão no Teuto-Brasileiro. 

O bolão era considerado o esporte símbolo do Teuto-Brasileiro. O clube tinha as equipes femininas denominadas “Sempre Juntas” e “Estrelas do Boliche” e duas equipes masculinas: “Pioneiros” e “Pica-Paus”.  Associados como João Preis, Hugo Hoffmann e Pedro Romaldo Wurmeister eram integrantes da equipe “Pioneiros”. Outros associados tais como Izidoro Sagrillo e Hermindo Deprá eram integrantes do time “Pica-Paus”.

Equipe “Estrelas do Boliche”, em 1964, posando para a câmera nas quadras do Clube Recreativo Teuto-Brasileiro de Maringá.

Em 1967 a equipe masculina de Bolão de Maringá, composta por associados do Teuto-Brasileiro, sagrou-se campeã da modalidade na 11ª edição dos Jogos Abertos do Paraná, disputados em Maringá, entre os dias 16 e 24/09/1967. Além da equipe de Bolão, apenas a equipe feminina de Natação de Maringá também se sagrou campeã de sua modalidade durante a edição daquele ano.

Em 1968, o presidente João Preis (1966/1968) criou a Festa da Cerveja, realizada em 11/05/1968, quando foram vendidos 1.200 canecos do evento. Em outubro de 1968, João Preis deixou a presidência do Teuto-Brasileiro para se dedicar à vice-presidência da Federação Paranaense de Bolão.

Na edição de 05/11/1968 de O Jornal de Maringá, foi publicada uma coluna que tinha por título “O Assunto é Bolão”, patrocinada pela “Mecânica Curt”, de Curt Brandel, que seria presidente do clube no período de 1970/1972. Já a edição de 14/12/1968 do mesmo jornal informava que seria comemorado o Dia do Bolonista do Teuto-Brasileiro. João Preis, à época, era titular da subsede da Federação Paranaense de Bolão.

Outra modalidade muito praticada pelos associados do Teuto-Brasileiro era a bocha, praticada em duas canchas construídas ao lado do edifício das canchas de bolão.

No início da década de 1970, foi construída ao lado do edifício sede uma quadra descoberta em concreto, para a prática do futebol de salão, modalidade em que o clube se projetaria no cenário esportivo municipal e regional.

Em 1970, o Teuto-Brasileiro promoveu a 2ª Festa da Cerveja, por ocasião dos festejos do 23º aniversário de Maringá.

Canecos da 2ª Festa da Cerveja, em 1970. 

A edição de 14/10/1971 do periódico O Jornal de Maringá informava que o Teuto-Brasileiro estava promovendo torneio de Bolão.  Os prêmios aos vencedores haviam sido ofertados pelas seguintes empresas:

Somaco
Prosdócimo
Frigorífico Maringá
Comercial Catarinense
Carrocerias Breda
Casa Fuganti
Casa Principal
Tapeçaria São Miguel
Mecânica Curt
A Copiadora
Depósito Postos
Casa Esporte
Fábrica de Móveis Angel
Relojoaria Omega
Casa Gaúcha
Casas Buri
Lojas Arapuã
Imobiliária Yuki
Posto Paraná
Arcontel Ltda.
Casas M. M.
Casas Pernambucanas
Farmácia São Paulo
José Carlos
J. Alves Veríssimo
Relojoaria Pérola
Depósito Pinheiro
Café Camor
Foto Tanaka
Dias Martins
Casa Rosa

Em 1972, o Teuto-Brasileiro promoveu a IV Festa do Chopp, por ocasião dos festejos do Jubileu de Prata de Maringá. 

Caneco da IV Festa do Chopp – 1972.

Selecionado de Bolão de Maringá, formado por associados do Clube Teuto-Brasileiro, durante os 19º Jogos Abertos do Paraná, realizados em Paranavaí, entre os dias 06 e 14/12/1975. Da esquerda para a direita: Izidoro Sagrillo, Hermindo Deprá, (?), (?), Luigi Guarrata. Agachados: João Batistela, Curt Brandel e Ângelo Mott. 

Na segunda metade dos anos 1970, o clube iniciou um processo de abertura para permitir o ingresso de outras pessoas da sociedade maringaense em seu quadro associativo.

No início de fevereiro de 1978, durante a segunda gestão do prefeito João Paulino Vieira Filho (01/02/1977 a 13/05/1982), teve início o processo de alargamento, urbanização e replanejamento da Avenida Colombo, que passaria de 35 para 45 metros de largura. Para tanto, duas faixas de 5 metros, de cada lado da avenida, foram desapropriadas. Com isso, o Clube Teuto-Brasileiro perdeu uma área de 216,50 m², reduzindo sua área de 3.464,00 m² para 3.247,50 m².

Depois da desapropriação da faixa de terras, a área do Teuto-Brasileiro passou a ter as seguintes dimensões:



Aproveitando o momento de modernização da Av. Colombo e visando a atração de novos associados, o Teuto-Brasileiro decidiu investir na implantação de duas piscinas. O projeto do parque aquático foi aprovado pela Prefeitura em 16/06/1978. Além da piscina semi-olímpica (12,50 x 25,00 metros) e da piscina infantil (5 x 9 metros), foram construídos mais 234,50 m² para abrigar os banheiros, vestiários e outras instalações. O habite-se foi expedido somente em 1980. O parque aquático foi oficialmente inaugurado no dia 19/11/1978, com as bênçãos do Padre Bernardo Cnudde, pároco da Paróquia Divino Espírito Santo, e a apresentação do Grupo Folclórico Alemão. À época, o Clube era presidido por Moacir Honório (1977/1981). Dez dias depois, o trecho da Av. Colombo entre a Av. Tuiuti até a Rua Américo Brasiliense foi entregue ao tráfego, totalmente reurbanizado.

Dando prosseguimento às obras de ampliação e de modernização do clube, visando atender às demandas do quadro associativo, foi projetado um ginásio de esportes de concreto no lugar da antiga quadra descoberta de futebol de salão. Esse projeto, com 754,72 m², foi aprovado pela Prefeitura em 22/10/1979, e o Alvará de Construção foi expedido em 07/11/1979, durante a gestão de Moacir Honório (1977/1981). O Habite-se foi expedido em 1982, durante a gestão de Otto Hackl (1981/1983).

O Teuto-Brasileiro foi gerenciado por muitos anos pelo casal Johannes Meyer e Edith Jabliski Meyer, que residiam no clube. Dona Edith e suas colaboradoras eram responsáveis pelo bar do clube, onde serviam comidas típicas alemãs, além de uma saborosa feijoada aos sábados.

Johannes Meyer nasceu em Bochum, no noroeste da Alemanha, em 25/04/1916. Imigrou para o Brasil em 12/03/1951, desembarcando no Porto de Santos em 17/08/1951, indo residir em Mandaguari. Na sua ficha de imigração consta que era padeiro. Faleceu em 10/10/1982, aos 66 anos de idade.  Sua esposa, Edith Jabliski Meyer, nasceu em 13/07/1919, em Gross-Altenhagen. Faleceu em 13/01/1993, aos 73 anos de idade. 

O casal teve dois filhos: Renate, que veio com os pais ao Brasil com 11 anos de idade, e um filho, Guenther, nascido no Brasil em 1955. A filha Renate casou-se com Richard Derner, proprietário da empresa Poços Artesianos Yguatu. O filho Guenther foi funcionário e depois também diretor do Clube Teuto-Brasileiro. 

Johannes Meyer em 1951.

Edith Jabliski Meyer em 1951.

Guenther Meyer, nascido em 12/05/1955, jogou futsal no Teuto-Brasileiro e chegou a ser considerado um dos melhores fixos da história do Futsal do Paraná, nos anos 1970/1980, e defendeu o selecionado local e estadual na conquista de diversos títulos. Faleceu prematuramente em 21/06/2013, aos 58 anos de idade.

Carteira do atleta Guenther Meyer, participante da Copa Tibagi de Futebol de Salão, de 1978.

Em 27/04/1982, através da Lei Municipal nº 1.551, o município instituiu a Feira de Comidas Típicas dos Estados e das Nações e Feira do Artesanato, que deveria ser realizada anualmente dentro das comemorações da Semana Nacional do Folclore, durante o mês de agosto. 

A Colônia Alemã participa desde a primeira edição da feira através da Barraca Alemã, que conta com a colaboração de membros da Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Maringá e de associados do Clube Teuto-Brasileiro. Na Barraca Alemã são servidos diversos pratos típicos alemães, como o Joelho de Porco e o Kassler. Por muitos anos, a renda da barraca foi destinada ao Lar Escola Bom Samaritano, entidade filantrópica administrada por membros da Igreja Luterana.

Barraca Alemã em agosto de 1982, na 1ª Festa dos Estados e das Nações, nome pelo qual o evento é conhecido na atualidade.

No final do ano de 1982, o Clube contava com uma área construída de 1.536,89 m², composta pelo prédio da antiga sede social, prédio das quadras de bocha, ginásio de esportes e do parque aquático. Em 06/01/1983, a antiga sede social, com cerca de 500 m² começou a ser demolida para que fosse dado início às obras do novo prédio da sede social, cujo projeto foi aprovado em 17/02/1983, durante a gestão de Otto Hackl (1981/1983).

O edifício projetado contava com área total de 1.342,76 m², sendo 796,78 m² no pavimento térreo e 545,98 m² no pavimento superior. O pavimento térreo era constituído de hall de entrada, duas pistas de bolão, banheiros, cantina, varanda, entrada para piscinas, acesso para o ginásio de esportes, cozinha, bar, dois salões, sendo um deles com palco e vestiário, e depósito. Já o pavimento superior era constituído de sala de bilhar, sala de baralho, sala de TV, banheiros, escritório, sala de espera, sala de massagem, berçário, sala de ginástica, sauna completa e sala do grupo folclórico. Em 28/02/1985, a Prefeitura expediu o Habite-se do prédio da nova sede social do Clube Teuto-Brasileiro, sendo presidente José Luiz Canesin (1983/1991).

No início da gestão do presidente José Luiz Canesin (1983-1991), a diretoria decidiu investir em equipamentos de som para promover brincadeiras dançantes e bailes no clube, o que acabou tornando-se excelente fonte de renda e de atração de novos associados. Foram responsáveis pela compra dessa aparelhagem de som o presidente José Luiz Canesin e Genoíno Gatti. 

Em 1983, o Teuto-Brasileiro realizou a primeira Oktoberfest de Maringá, organizada por Cristian Herold, filho de Markus Herold, durante a gestão do presidente Otto Hackl. À época, Reynaldo Mayer fazia parte da diretoria e participou das reuniões da comissão organizadora. 

No ano seguinte, em 1984, a cidade de Blumenau também organizou a sua Oktoberfest, logo depois de aquela cidade catarinense ter sofrido uma forte enchente do Rio Itajai-Açu, que corta a cidade, com o objetivo de recuperar a economia e levantar a moral dos habitantes.

É considerada uma das maiores festas alemãs das Américas, a maior festa germânica do Brasil, e é uma das maiores Oktoberfest do mundo, junto da Oktoberfest de Kitchener-Waterllo, no Canadá, e atrás da original, de Munique.

Em janeiro de 1986, o Teuto-Brasileiro realizou um torneio interno do bolão. 

Evento de premiação dos melhores jogadores do Torneio Interno de Bolão. Da esquerda para a direita: Pedro Romaldo Wurmeister; Luiz Zerbette Guilhermetti; Genuíno Marcílio Gatti; Jorge Luiz Wurmeister e Reynaldo Mayer. À esquerda da imagem, sentado, aparece Bruno Wunderlich, também sócio do clube.

Com o aumento do quadro social, novas demandas começaram a surgir. Os novos associados cobravam da diretoria a implantação de outras instalações para práticas recreativas e esportivas. Buscando atender a essas novas demandas, a diretoria decidiu adquirir um grande terreno para construir uma sede campestre, visto que toda a área do terreno da sede na Av. Colombo já estava tomada por construções. 

Assim, em 27/04/1987, durante a gestão do presidente José Luiz Canesin (1983-1991), o Clube adquiriu de Joaquim Pedro Ines o lote nº 513, com área de 24.200 m² (um alqueire paulista), situado na Zona 38, Jardim Bertioga, entre a Avenida José Alves Nendo, a Rua Senador Alô Ticoulat Guimarães e a Rua Maria Joana Bueno de Souza.

Google Earth – Em verde, à direita da imagem, o Lote 513, da Zona 38, situado entre a Avenida José Alves Nendo, a Rua Senador Alô Ticoulat Guimarães e a Rua Maria Joana Bueno de Souza, local da Sede Campestre do Clube Teuto-Brasileiro, com área original de 24.200 m². 

Em 18/10/1989, a prefeitura aprovou projetos de regularização das construções e implantação de uma sala para exames médicos na sede da Avenida Colombo.

Google Earth em março de 2003. Nesta imagem é possível ver as instalações do Teuto-Brasileiro na Avenida Colombo tal como eram no final da década de 1980.

Durante a gestão do presidente Joel Batista de Mello (1991/1993) o Teuto-Brasileiro foi declarado de utilidade pública estadual através da Lei Estadual nº 9.800/91, de 12/11/1991, proposta pelo Deputado Estadual e ex-presidente do Clube João Preis.

Em 13/08/1993, durante a gestão do presidente Sebastião Firmino de Oliveira (1993/1995), o município desapropriou uma área de 3.822 m² do lote 513 para possibilitar o alargamento da Avenida José Alves Nendo e das ruas Senador Alô Ticoulat Guimarães e Maria Joana Bueno de Souza, reduzindo a área da Sede Campestre para 20.378 m².

Em 1995, José Luiz Canesin (1995/1997) voltou a ocupar a presidência do Teuto-Brasileiro. No final de seu mandato, na Sede Campestre já estavam prontas quatro churrasqueiras, dois vestiários, dois campos de futebol suíço com sistema de iluminação, e as obras de construção do ginásio de esportes estavam em andamento, projetado para ser o segundo maior da cidade, pouco menor que o Ginásio Chico Neto.

Google Earth em março/2003. No retângulo em branco a Sede Campestre situada na Avenida José Alves Nendo. Nota-se que já havia os dois campos de futebol, o ginásio de esportes em construção e churrasqueiras.

Depois do lançamento do Plano Collor I, em 16/03/1990, o Teuto-Brasileiro começou a ter problemas financeiros, causados pelo confisco dos valores depositados nas contas bancárias do clube. À época, o clube chegou a ter cerca de 900 associados.

Em 1995, o clube tinha apenas cerca de 300 associados e mantinha as duas sedes em funcionamento precário. A situação financeira era crítica e as dívidas foram se acumulando.

Durante a gestão do presidente Francisco Batista de França (2001-2003), aventou-se a possibilidade de vender a sede campestre para regularizar as dívidas, mas a ideia não prosperou, pois não se tinha a certeza do valor total das dívidas e se a venda resolveria os problemas financeiros do clube.  

Em junho de 2003 houve eleições, vencidas por Edson Hass, que assumiu a presidência do clube durante a gestão 2003-2005.

Assim que tomou posse, Edson Hass fez o levantamento das dívidas junto a credores, fornecedores e ao INSS e fez avaliação dos imóveis pertencentes ao clube.

Naquela época, o clube tinha cerca de 40 funcionários, muitos deles com salários atrasados.

No final de 2003 houve uma assembleia que autorizou a diretoria a vender parte do patrimônio do clube para regularizar as dívidas.

Na tentativa de sanear suas finanças, o Teuto-Brasileiro vendeu o imóvel da Avenida Colombo, que à época contava com 3.013,61 m² de área construída, para a empresa AABC Administradora de Imóveis Ltda. A venda foi realizada em três etapas:

Em 24/08/2004, foram vendidos os lotes nº 13, 14 e 15;
Em 10/01/2005, foram vendidos os lotes nº 16 e 18;
Em 08/04/2005, foi vendido o lote nº 17.

Todas as três transações foram efetivadas com a lavratura de Escritura Pública de Venda e Compra, Confissão de Dívida com Pacto Adjeto de Hipoteca. A sede do clube foi transferida para o imóvel da Sede Campestre.

Com a venda dos imóveis da Avenida Colombo, foi possível quitar as dívidas junto à Caixa Econômica Federal e a outros credores, pagar boa parte da dívida com o INSS e aplicar outra parte na conclusão da construção de piscinas na Sede Campestre. As obras de construção do ginásio de esportes permaneceram suspensas por falta de recursos. 

Em 09/04/2005, foi realizada uma Assembleia Extraordinária para discutir mudanças no Estatuto da entidade. Na ocasião foi aprovada a transformação do Clube em Associação, a fim de melhor adequar a entidade às demandas dos associados e reduzir pagamentos de tributos. A partir de então passou a ser denominada Associação Cultural Teuto-Brasileiro de Maringá.

No jornal comemorativo dos 45 anos do Teuto, editado em maio/2005, há informações sobre o andamento das obras de construção da piscina e da nova secretaria do clube.  Outra iniciativa da diretoria foi voltar a promover a Oktoberfest, que não era realizada há alguns anos.  

A entidade também colocou cotas à venda, para ampliar o quadro associativo, que estava reduzido a cerca de 120 associados, pois muitos sócios eram moradores da Zona 7 e do Jardim Alvorada e tinham saído do clube por achar muito distante a nova sede, situada na Avenida José Alves Nendo. A campanha foi exitosa, pois o clube voltou a ter cerca de 250 associados.

Tabloide publicado em maio/2005, por ocasião das comemorações dos 45 anos de fundação do Teuto-Brasileiro. A primeira página mostra aspectos do projeto das instalações projetadas para serem construídas na nova sede do clube. Fonte: Acervo de imagens da Associação Cultural Teuto-Brasileiro.

Em 2009, o quadro associativo tinha apenas 100 associados e as receitas geradas não vinham cobrindo os custos de manutenção das instalações da Associação. Por esta razão, uma assembleia decidiu vender o imóvel da Avenida José Alves Nendo e, com o dinheiro da venda, liquidar a dívida remanescente junto ao INSS e adquirir um imóvel mais barato.

O imóvel foi adquirido em 27/02/2009 por Edson Dias Martinez, que depois o transferiu para a entidade Movimento Libertando Vidas – MOLIVI, que passou a ocupar as instalações da antiga Sede Campestre do Teuto.

Google Earth em abril/2010. No retângulo em branco a Sede Campestre com os dois campos de futebol, o ginásio de esportes não concluído, as churrasqueiras e já com o conjunto de piscinas.

Em 09/06/2009, com o dinheiro remanescente da venda, a Associação adquiriu o Lote nº 277-F, da Gleba Ribeirão Sarandi (Matrícula 39844 do 1º CRI), com 20.035,623 m², situado na Rua Odila Toriane Lemucchi, nº 11, em Sarandi (PR), na divisa dos municípios de Maringá e Sarandi, e fez obras para reestruturar o imóvel a fim de abrigar as atividades da entidade. Em 26/07/2009, foi realizada uma Assembleia que aprovou a aquisição do lote. Desde então, a chácara é a sede da Associação Cultural Teuto-Brasileiro de Maringá.

Atualmente, o Teuto-Brasileiro tem por objetivo social o apoio e a preservação da cultura alemã em Maringá por meio de músicas, artes e artesanato, coreografia, provérbios e outros estudos especiais sobre usos e costumes, comidas, bebidas, indumentárias, língua, festas gerais, tradições, lendas, mitos, contos e crenças populares e outras manifestações pitorescas ou características da vida do povo alemão. Sua sede social conta com piscina, salão de festas, campo de futebol e lagos. 

O antigo imóvel do Teuto-Brasileiro na Avenida Colombo atualmente é ocupado por uma empresa comercial de autopeças. A maioria dos edifícios construídos nos terrenos ainda resistem, porém foram readequados e reformados. Há muitos anos as piscinas foram demolidas para dar lugar a estacionamento de veículos.

Imagem de edificações na esquina da Avenida Colombo com a Rua Evaristo da Veiga, no terreno da primeira sede própria do Teuto-Brasileiro, em 05/03/2023.

Edificações na Rua Evaristo da Veiga, no terreno da primeira sede própria do Teuto-Brasileiro, em 05/03/2023.

Quanto ao imóvel da antiga Sede Campestre, as edificações construídas pelo Teuto-Brasileiro ainda existem. O ginásio de esportes ainda não foi concluído. O imóvel, segundo a Prefeitura Municipal de Maringá, ainda pertence à entidade Movimento para Libertação de Vidas – Molivi.

Ginásio de esportes, edificação não concluída localizada na esquina da Avenida José Alves Nendo com a Rua Maria Joana Bueno de Souza, na antiga Sede Campestre do Teuto-Brasileiro, em 05/03/2023. 

Portaria de entrada edificada na Rua Maria Joana Bueno de Souza, na antiga Sede Campestre do Teuto-Brasileiro, em 05/03/2023. 

Portaria de entrada edificada na Rua Maria Joana Bueno de Souza, na antiga Sede Campestre do Teuto-Brasileiro, em 05/03/2023.


A logomarca do Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro de Maringá

Logomarca do clube em 20/06/1979. Fonte: O Jornal de Maringá.

Logomarca do clube estampada no caneco da IV Festa do Chopp, em 1972.

Não há referências sobre quando foi criada e quem foi o autor da logomarca do Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro de Maringá.

A logomarca é constituída por um escudo em formato de pentágono, tendo ao centro uma figura que representa o Monumento ao Centenário da Imigração Alemã, construído em 1924 na cidade de São Leopoldo (RS), na Praça Centenário, situada na Avenida Dom João Becker, às margens do Rio dos Sinos. Na base do escudo há uma faixa com a inscrição “25-VII-1824”, que remete à data que marca o início da imigração alemã a convite do governo imperial brasileiro. Nessa data chegou a primeira leva de imigrantes alemães a São Leopoldo.

Monumento ao Centenário da Imigração Alemã em São Leopoldo (RS). 

O Folclore

No dia 17/03/1977, Conrado André Mommensohn, então presidente do Clube Teuto-Brasileiro, e Emílio Edmundo Eidam, associado do clube, foram convidados pela Prefeitura Municipal de Maringá, através do então prefeito João Paulino Vieira Filho e do Secretário de Cultura e Turismo José Joaquim da Cruz Filho, para participarem de uma reunião onde a Colônia Alemã foi convidada a participar dos festejos comemorativos do 30º aniversário de Maringá.

Emílio Edmund Eidam. 

Conrado André Mommensohm, nascido em Santa Catarina e que era sócio proprietário da empresa Comercial Catarinense, procurou o também catarinense Conrado Moser para colaborar na formação do grupo folclórico.

Conrado Moser, nascido em Treze Tílias (SC), desde 1958 já participava ativamente de grupo folclórico de sua cidade natal, que em 1959 havia se apresentado no Teatro Guaíra, em Curitiba (PR). 

Desde 1973, Conrado Moser já residia em Maringá, onde realizava esculturas em madeira. Foi ele quem esculpiu o Cristo Crucificado que está na Catedral de Maringá.

Para compor a banda de música do grupo folclórico, Conrado Moser indicou, dentre outros, os seguintes músicos:

Nilo Caetano Breda, acordeonista catarinense nascido na localidade de Bom Sucesso, no município de Iomerê, e à época proprietário da empresa Carrocerias Breda, em Maringá; 
Arnildo Angeli, clarinetista catarinense de Piratuba, genro de Conrado Mommensohn; 
Emílio Edmundo Eidam, bandolinista paranaense nascido na Colônia Bom Jardim, atualmente denominada Bom Jardim do Sul, distrito de Ivaí (PR), que era proprietário da empresa Elite Magazine, em Maringá;

Com a formação da banda, tiveram início os ensaios do grupo folclórico que se apresentou pela primeira vez em 10/05/1977.

Fotografia de autoria de Reynaldo Mayer – Banda de Música do Grupo Folclórico do Clube Cultural e Recreativo Teuto-Brasileiro desfilando na Avenida São Paulo, em Maringá. Da esquerda para a direita: Cristian Herold (violão), Emílio Edmundo Eidam (bandolin), Nilo Caetano Breda (acordeom), Arnildo Angeli (clarinete), Franz Dickmayer (prato e bumbo) e Carlos Herold (Violão).

Até 1983, o grupo folclórico foi gerido por dirigentes do Teuto-Brasileiro e fazia apresentações esporádicas. Naquele ano, Joaquim Martins Junior, professor do departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá e membro do grupo folclórico “Os Lusianas”, do Centro Português de Maringá, foi convidado pelo seu sogro Curt Brandel para dirigir o grupo folclórico alemão, com o objetivo de melhor estruturá-lo e criar uma agenda de ensaios, estudos e apresentações, além de dotá-lo de vestimentas e adereços próprios.  

Foi durante a gestão de Joaquim Martins Junior que os integrantes reuniram-se para escolher o nome do grupo folclórico. O nome escolhido foi Grupo Folclórico Alemão “Grüne Stadt”, que em português significa “Cidade-Verde”, sugerido por Joaquim.

Escudo do Grupo Folclórico Grüne Stadt. 

Em 1995, membros da família de Reynaldo e Edi Mayer, que desde 1984 faziam parte do “Grüne Stadt”, decidiram deixar o grupo. Pouco tempo depois, aceitaram um convite para se apresentarem com seus trajes típicos em uma festa alemã em Rolândia (PR). Este fato fez ressurgir seus interesses pelo folclore alemão e então, após pesquisas e preparativos, resolveram criar o “Grupo Folclórico Floresta Negra”. Os ensaios eram realizados em um barracão nos fundos da Oficina Irmãos Mayer, na Avenida Mauá. Além da família Mayer, participaram deste grupo antigos membros do grupo “Grüne Stadt”, que haviam deixado o grupo durante as décadas de 1980 e 1990.

Membros do Grupo Folclórico Floresta Negra no lago do Parque do Ingá, em Maringá. 

Membros do Grupo Folclórico Floresta Negra na chácara de Annibal Bianchini da Rocha, na Rua das Azaleias, em Maringá.

Grupo Folclórico Floresta Negra – Ao centro Edi Mayer e suas filhas Christina (direita) e Margareth (esquerda). Também participaram do grupo os filhos Daniel e André. 

A família Mayer liderava o Grupo Floresta Negra. Christina era a ensaiadora do grupo; Daniel era o diretor. Margareth e André eram dançarinos no grupo. Edi era a apresentadora. O grupo chegou a ter 10 pares e se apresentava com tape deck, visto não possuir uma banda própria. Fizeram apresentações em Maringá em desfiles e festas típicas como, por exemplo, as do Teuto-Brasileiro, Festa Junina da Zona Sete e do Centro Português de Maringá e da Festa das Nações e dos Estados. Também fizeram apresentações em cidades dos Estados do Paraná e de São Paulo. Os custos para manutenção do grupo e aquisição de vestimentas e adereços eram cobertos com a promoção da venda de pizzas e joelho de porco, prato típico alemão.

Christina Mayer também foi ensaiadora do Grupo Folclórico “Grüne Stadt” durante um período na segunda metade dos anos 1980. Também participou de cursos sobre arte e folclore, dentre os quais o que foi realizado em Campo Bom (RS).

Então, desde 1995, Maringá contava com dois grupos folclóricos alemães: “Grüne Stadt” e “Floresta Negra”.

Em 2001, Joaquim Martins Júnior deixou o Teuto-Brasileiro por questões pessoais e, junto com alguns membros, levou o Grupo Folclórico “Grüne Stadt” para o Country Clube de Maringá, que cedeu espaços para os ensaios do grupo.  

Alguns componentes do grupo, no entanto, preferiram ficar no Teuto-Brasileiro sob a liderança do membro Edson Hass, à época titular da Diretoria de Cultura do clube. Este grupo também continuou a denominar-se “Grupo Folclórico “Grüne Stadt”. 

A cidade então passou a ter três grupos folclóricos alemães, que se apresentavam em eventos da cidade e região.

Em 2004, após dois anos de negociações iniciadas por Edson Hass, que à época já era o presidente do Teuto-Brasileiro, o Grupo Folclórico Floresta Negra decidiu se reintegrar ao grupo folclórico da então Associação Cultural Teuto-Brasileiro de Maringá. Da união nasceu o “Grupo de Danças Étnicas Teuto-Brasileiro”. Sediado na Associação Cultural Teuto-Brasileiro de Maringá, o grupo folclórico passou a reunir coreografias, músicas, arte e artesanato, provérbios e outros estudos especiais sobre usos e costumes, comidas e bebidas, indumentárias, festas gerais, tradições, lendas, mitos, contos e crenças populares e outras manifestações pitorescas ou características da vida do povo alemão.

Escudo do Grupo de Danças Étnicas Teuto-Brasileiro. 

Grupo de Danças Étnicas Teuto-Brasileiro durante a Oktoberfest em Rolândia (PR), em 14/08/2004.

Grupo de Danças Étnicas Teuto-Brasileiro durante apresentação na cidade de Faxinal (PR), em 2004.

Membros do Grupo de Danças Étnicas Teuto-Brasileiro de Maringá. 

Membros do Grupo de Danças Étnicas Teuto-Brasileiro de Maringá. Em primeiro plano, à esquerda, Christina Mayer.

O Grupo de Danças Étnicas Teuto-Brasileiro já se apresentou em diversas cidades dos Estados do Paraná e São Paulo. 

Apesar de estar sediado na chácara da Associação Cultural Teuto-Brasileiro de Maringá, em Sarandi (PR), inicialmente o grupo realizava seus ensaios em salas cedidas pelo Centro Universitário Cidade Verde - UNICV, em Maringá. Depois passou a ocupar parte das instalações da Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Maringá, para guardar seu acervo e realizar seus ensaios.

Encontro de confraternização na Chácara do Teuto-Brasileiro, ocorrido em 08/03/2020. O evento reuniu dançarinos que atuam ou que atuaram no Grupo de Danças Étnicas Teuto-Brasileiro, desde a sua fundação. 

Quanto ao Grupo Folclórico Alemão “Grüne Stadt”, na década de 1990 esteve bastante atuante, tendo participado do Festival Internacional de Dança de Joinville, em 1996 ou 1997 – quando obteve a 3º colocação. Também fez apresentação no programa Raul Gil, na Rede Manchete em São Paulo, e também em cidades dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.  

Viagem do Grupo “Grüne Stadt“ à cidade de Nova Friburgo (RJ), durante a realização do “Friburgo Kaiser Festival”, na década de 1990. De boina branca, José Valien Royo, famoso garoto-propaganda da cerveja Kaiser. À direita, de sax, Arnildo Angeli. Do seu lado direito, de óculos escuros, o acordeonista Nilo Caetano Breda. 

As imagens abaixo são da segunda metade dos anos 1990 e foram tiradas por Dietmar Ronald Eidam, que acompanhava suas filhas Léslie Karin e Andressa nas apresentações do grupo.

Grupo Folclórico Alemão “Grüne Stadt”. Ao centro, as irmãs Andressa e Léslie Karin Eidam com seus pares. 

Grupo Folclórico Alemão “Grüne Stadt”. À esquerda, Andressa Eidam. À direita, segurando o microfone, Joaquim Martins Júnior. 

Grupo Folclórico Alemão “Grüne Stadt”. Em primeiro plano as irmãs Léslie Karin e Andressa com seus pares.

Curt Brandel, ex-presidente do Teuto-Brasileiro e grande entusiasta do folclore alemão. 

Em primeiro plano, Léslie Karin Eidam.

Dançarinas do Grupo Folclórico Alemão “Grüne Stadt”.

Membros do Grupo Folclórico Alemão “Grüne Stadt”, tendo à frente Curt Brandel, vestido com traje típico alemão. 

As irmãs Andressa e Léslie Karin nos braços do dançarino do grupo “Grüne Stadt”. 

Apresentação do grupo “Grüne Stadt”, no II Festival de Folclore, realizado em 1997, no Centro Português de Maringá.

“Grüne Stadt” em frente ao Paço Municipal em Maringá. Ao fundo, à direita, a banda que acompanhava o grupo há décadas. Tratou-se de um ensaio fotográfico realizado em pontos turísticos da cidade, visando à publicação de um cartaz de divulgação do grupo. 

A seguir, imagens do acervo de Joaquim Martins Junior.

Grupo Folclórico Alemão “Grüne Stadt” no Teuto-Brasileiro, em 1984.

Membros infantojuvenis do Grupo Folclórico Alemão “Grüne Stadt” em Campos do Jordão. 

Membros infantojuvenis do Grupo Folclórico Alemão “Grüne Stadt. Em pé aparecem Joaquim Martins Filho, Angela Ehlert e as três filhas de Curt Brandel: Cristina, Regina e Kathe, esposa de Joaquim. Embaixo, entre outras crianças, Karen e Camilla, filhas do Kathe e Joaquim.

Ao longo dos anos, o Grupo Folclórico “Grüne Stadt” deixou o Country Clube de Maringá e passou a realizar seus ensaios na Academia Auê (Magrão), depois passou a utilizar as instalações do Centro Social Urbano – CSU e posteriormente mudou sua sede para a UniCesumar, ao abrigo de um projeto de extensão. Desde 2019, passou a ocupar as instalações do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá – UEM, onde também faz parte de um projeto de extensão.

Galeria de Presidentes do Clube Cultural e Recrreativo Teuto-Brasileiro de Maringá

Markus Herold, presidente do Conselho Administrativo, eleito na Assembleia de fundação do clube, em 22/05/1960. Sócio fundador remido nº 1.

Claus Paul Thonern (Presidente da Diretoria Executiva durante as gestões 1960-1961 e 1961-1962).

Bruno Preis (Gestão 1962-1965).

João Recco (Gestão 1965-1966). Nascido em 16/10/1928 e falecido em 28/06/2022, aos 93 anos de idade.

João Preis (Gestão 1966-1968).

Bruno Preis (Gestão 1968-1969). Sucedeu João Preis a partir de outubro/1968.

João Eleutério Rockenbach (Gestão 1969-1970). Após sua renúncia, Cristian Herold, associado nº 3, assumiu a presidência do clube até o término da gestão.

Curt Brandel (Gestão 1970-1972). Nascido em 24/04/1932 e falecido em 14/03/2007.

Pedro Romaldo Wurmeister (Gestão 1972-1974). Nascido em 29/06/1928 e falecido em 19/04/2018.

Conrado André Mommensohn (Gestão 1974-1977). Faleceu em 09/09/2014, com 90 anos de idade.

Moacir Honório (Gestão 1977-1981). Nascido em 30/09/1938, faleceu em 13/04/2014.

Otto Hackl (Gestão 1981-1983). Sócio fundador remido nº 2. Nascido em 08/11/1934, faleceu em 12/11/2016. 

José Luiz Canesin (Gestão 1983-1991).

Joel Batista de Melo (Gestão 1991-1993).

Sebastião Firmino de Oliveira (Gestão 1993-1995).

José Luiz Canesin (Gestão 1995-1999), nascido em Mandaguari em 22/10/1947.

Odalvir Nardino (Gestão 1995-1999). Assumiu a presidência com a saida do José Luiz Canesin.

João do Nascimento Pinheiro (Gestão 1999-2001).

Francisco Batista de França (Gestão 2001-2003).

Edson Hass (Gestão 2003-Atual).

Os três textos produzidos sobre a Colônia Alemã em Maringá somente foram viabilizados com a decisiva colaboração de Horst Thonern e Cristian Herold , filhos de Claus Paul Thonern e Markus Herold, respectivamente, pioneiros líderes da Colônia Alemã em Maringá.

Cristian Herold, à esquerda, e Horst Thonern, na residência de Cristian em Maringá, em 24/10/2023.

Também foram fundamentais os depoimentos de Reynaldo Mayer e de sua esposa Edi, que desde o início da década de 1950 participam ativamente de diversas atividades desenvolvidas pela Colônia Alemã em Maringá.

Edit e Reynaldo Mayer em sua residência, em Maringá, em 21/06/2024. 

Edson Hass, presidente do Teuto-Brasileiro desde 2003, também contribuiu com o presente trabalho e se disponibilizou, através do telefone (44) 99927-4355, a fornecer aos interessados mais informações sobre a história e as atividades desenvolvidas pela Associação Cultural Teuto-Brasileiro de Maringá.


Edson Hass. 

Fontes:
Acervo da Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação de Maringá
Acervo de documentos da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná – CMNP
Acervo de imagens do Museu da Bacia do Paraná
Acervo de imagens e depoimento de Cristian Herold
Acervo de imagens e depoimento de Dietmar Ronald Eidam
Acervo de imagens e depoimento de Horst Thonern
Acervo de imagens e depoimento de Reynaldo Mayer e Edi Mayer
Arquivo da Câmara Municipal de Maringá
Depoimento de Edson Hass
Depoimento de Léslie Karin Eidam de Moura
Livro: A Igreja que Brotou da Mata, de Orivaldo Robles
Livro: Desbravadores do Comércio de Maringá, de Rogério Recco.
Livro: Maringá, Meio Século de História – O Diário – 1997
Registros do Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas da Comarca de Maringá
Registros dos Cartórios de Registro de Imóveis de Maringá
Site: http://teutobrasileiro.com.br/sobre
Site: https://www.facebook.com/watch/?v=695714064738893
Site: https://www.familysearch.org/pt/

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