Maringá

Abatedouros e Frigoríficos de Maringá – Uma pequena história

1939

Abatedouros e Frigoríficos de Maringá – Uma pequena história

Pesquisa e texto de Marco Antonio Deprá

Desde o princípio da colonização da região, iniciada em 1938, grande parte da área rural de Maringá era ocupada por cafezais.

 A produção de bovinos, suínos, caprinos, ovinos e aves normalmente era destinada à subsistência das famílias dos próprios cafeicultores. A produção excedente era comercializada por marchantes, profissionais que compravam os animais, realizavam seu abate e vendiam a carne para os açougues instalados na cidade.

Na década de 1940, a população urbana de Maringá era pequena e não havia tanta demanda por carne. Aves e porcos eram criados nos fundos dos quintais das residências e em chácaras instaladas no entorno da cidade, para consumo dos seus moradores.

No final da década de 1940, foi criado o Frigorífico Maringá - Frigma, iniciativa privada do alemão Reinhold Ferdinand Baudisch, que além de abater bovinos e suínos em seu abatedouro, também produzia embutidos que eram comercializados em açougues de sua propriedade instalados na cidade. O abatedouro foi construído na Estrada Maringá – Bom Sucesso (atual avenida Cerro Azul), próximo da margem direita do Córrego Moscados, a cerca de 1,5 Km da borda sul do plano original da cidade.


Imagem 1 – Google Earth – Em amarelo a área do Frigorífico Maringá – Frigma, situado ao sul do Plano Original de Maringá (em branco) próximo à margem direita do Córrego Moscados (1), antes de sua foz no Córrego Cleópatra (2). Em vermelho a av. Cerro Azul e seu prolongamento – Estrada Maringá – Bom Sucesso.

A partir da década de 1950, quando o distrito de Maringá foi elevado a município, houve um significativo aumento da população urbana e, com isso, um aumento considerável da demanda por carne. 

Para atender à demanda da população e regulamentar o setor, o anteprojeto de Lei nº 16, de 02 de fevereiro de 1953, autorizou o Poder Executivo a abrir concorrência para a construção do Matadouro Municipal de Maringá.  Em seu artigo 3º, a lei determinava que o prefeito deveria solicitar da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, colonizadora da região, informações sobre o terreno reservado para a construção do matadouro, o qual, concluída a obra, passaria ao domínio do município. O matadouro foi construído no lote nº 437, na margem direita do Córrego Moscados, na Estrada Gurucaia (atual avenida São Paulo), a cerca de 1 km da borda sul do Plano Original da cidade.


Imagem 2 – Google Earth – Em amarelo a área do Matadouro Municipal de Maringá, situado ao sul do Plano Original de Maringá (em branco) na margem direita do Córrego Moscados (1), tributário do Córrego Cleópatra (2). Em vermelho a Estrada Gurucaia, que atualmente é um dos trechos da avenida São Paulo.

Na época, era muito comum ver boiadas sendo conduzidas a pé pela cidade, em direção ao Frigorífico Maringá e ao Matadouro Municipal. Também havia currais ao lado da ferrovia, próximo à avenida Paraná. Ali eram mantidos bovinos que seriam transportados pela Rede Viação Paraná – Santa Catarina – RVPSC para abate em frigoríficos situados em outras cidades, como São Paulo, por exemplo.


Imagem 3 – Google Earth – Em amarelo a área dos currais a céu aberto localizados ao lado da ferrovia (em branco), próximo a avenida Paraná (em vermelho). Ali ficavam confinados os bovinos à espera dos vagões para transportá-los aos abatedouros situados em outras cidades. 

O Decreto Municipal nº 5, de 26 de dezembro de 1956, assinado pelo prefeito Américo Dias Ferraz, revogou a concessão feita pelo Município à Icléa Linhares Tupan, primeira concessionária a administrar o Matadouro Municipal de Maringá.

No Matadouro Municipal eram abatidos bovinos, suínos, caprinos e ovinos destinados ao abastecimento dos açougues existentes na cidade.  

O abate de animais fora do Matadouro não era permitido, sob pena de multa. Já o abate de animais na zona rural era permitido, mediante requerimento, licença da prefeitura e pagamento de tarifas, desde que a carne fosse destinada somente ao consumo da população rural.

Todo o gado deveria ser inspecionado antes do abate e, em seguida, eram feitos os exames da carne e das vísceras, antes de sua comercialização. 

As carnes frescas eram vendidas pelos marchantes diretamente aos açougues da cidade, enquanto as vísceras eram comercializadas em domicílio pelos bucheiros em carroças fechadas e forradas com zinco.

Um dos bucheiros que atuavam em Maringá era Heitor Antonio de Oliveira, que  contava com a ajuda dos seus filhos Walter, Adhemar, Paulo e Edson. Dois de seus filhos chegavam ao Matadouro Municipal às 5 horas da manhã para iniciar o preparo das vísceras de bovinos e suínos. Quando o serviço era concluído, ainda pela manhã, o produto era colocado nas duas carroças de propriedade da família para serem comercializados nas Zonas 2, 3 e 4.  Uma das carroças era conduzida por Heitor, que atendia aos clientes da Zona 3. A outra era conduzida pelo filho Adhemar, que atendia aos clientes das Zona 2 e 4.


Imagem 4 – Imagem de 1958 mostra Adhemar Antonio de Oliveira (no círculo vermelho) sobre a carroça de bucheiro, com amigos, em frente ao Grande Hotel de Maringá, próximo à Catedral. (Acervo da Família Oliveira)


Imagem 5 – A imagem, sem data, mostra Heitor Antonio de Oliveira vestido com a roupa de bucheiro em frente à sua residência na avenida Cerro Azul, situada em frente à quadra do Maringá Clube. (Acervo da Família Oliveira)

Como Maringá ainda não tinha rede pública de energia elétrica, somente era permitida a venda de carne fresca de animais abatidos no dia ou na véspera. Caso contrário, deveriam ser salgadas para conservação.

No final da década de 1950, o governo estadual, visando substituir as lavouras de café castigadas por doenças, geadas e preços baixos, buscou estimular a diversificação da economia paranaense. Uma de suas ações foi a criação de programas visando a melhoria e crescimento do plantel bovino, através da distribuição de matrizes e touros de boa qualidade genética e disseminação de técnicas de criação, além de incentivos à instalação de frigoríficos para abate, processamento e comercialização da carne e seus derivados.

Neste contexto, foi criado o Frigorífico Luso-Brasileiro Central Ltda., cujas obras tiveram início em janeiro de 1958 e que se tornaria nas décadas seguintes um dos mais importantes do país. O abatedouro foi instalado na margem esquerda do Córrego Cleópatra, no final da atual avenida Itororó. Além de comercializar carnes frescas, a empresa produzia embutidos, frios, conservas e óleos. Um produto muito conhecido e popular era a Mortadela Central.


Imagem 6 – Google Earth – Em amarelo a área do Frigorífico Luso-Brasileiro Central Ltda., situado na borda sul do Plano Original de Maringá (em branco) na margem esquerda do Córrego Cleópatra (2), que mais ao sul recebe as águas do Córrego Moscados (1). Em vermelho a avenida Itororó.

Na década de 1960, ainda era comum ver boiadas sendo conduzidas a pé, principalmente nas avenidas Colombo, São Paulo, Paraná, Itororó, Anchieta e Estrada Gurucaia (que atualmente são trechos da avenida São Paulo), Tuiuti, Laguna, Beckmann (atual JK) e Estrada Maringá – Bom Sucesso (atual avenida Cerro Azul), que davam acesso aos três locais de abate de animais: Frigma, Matadouro Municipal e o Frigorífico Luso-Brasileiro Central. Esta realidade começou a mudar com a utilização de caminhões boiadeiros em meados da década de 1960, mas não raro havia acidentes e bovinos fugiam dos caminhões, correndo soltos pela cidade e causando pânico na população.


Imagem 7 – Google Earth: Principais vias de acesso ao Frigorífico Maringá (A), Matadouro Municipal (B) e Frigorífico Luso-Brasileiro Central (C) na década de 1960: 

1 – Avenida Colombo

2 – Avenida Paraná

3 – Avenida Itororó

4 – Avenida São Paulo

5 – Avenida Anchieta

6 – Estrada Gurucaia

7 – Avenida Tuiuti

8 – Avenida Laguna

9 – Avenida Beckmann

10 – Estrada Maringá – Bom Sucesso

Em 1966, durante a gestão do prefeito Luiz Moreira de Carvalho, foram construídas novas instalações no Matadouro Municipal, visando à melhoria das condições sanitárias e dos serviços prestados. Neste ano, também foi promulgada a Lei nº 474/, de 21 de setembro de 1966, que instituía normas e disciplinava o abate de gado no Matadouro Municipal.

A Lei Municipal nº 762, de 09 de julho de 1970, instituiu outras normas para o abate de gado no Matadouro Municipal.

No início da década de 1970, graças aos incentivos governamentais concedidos desde a década anterior, o Norte do Paraná já abrigava 68% do rebanho bovino do Estado. 

Foi nesse contexto que Maringá recebeu novos empreendimentos vinculados ao setor pecuário.

Em 1971, o russo Zygmunt Krosnowski criou a primeira indústria brasileira para fabricação e comercialização de carvão ativado a partir do processamento de osso bovino, matéria prima abundante em Maringá. Dentre outros fins, o produto era utilizado no processo de refinação de açúcar e de purificação de água e até então tinha que ser importado de outros países. A fábrica foi a primeira a ser instalada no Parque Industrial I, em Maringá. 


Imagem 8 – Google Earth – Localização da empresa Z. Krosnowski & Cia. Ltda. (em vermelho), situada no Parque Industrial I (em amarelo), primeiro loteamento da espécie a ser instalado fora do Plano Original de Maringá (em branco). 

Nessa época, foi implantado o Frigorífico Parplan, um novo, amplo e moderno abatedouro que foi uma iniciativa da empresa Parplan – Paraná Participações e Planejamento S.A., criada em 1973. O empreendimento foi instalado a 9 Km do centro da cidade, às margens da rodovia PR-323, em uma área de 257.719,84 m².


Imagem 9 – Google Earth – Em verde a área do Frigorífico Parplan, situado a oeste da cidade de Maringá, na saída para a cidade de Paiçandu, nas nascentes do Ribeirão Paiçandu (1), às margens da PR-323 (em vermelho), que é acessada pela PR-317 (em branco).

Em meados de 1970, um grupo de investidores assumiu a gestão do Frigorífico Maringá e realizou investimentos para modernizar a empresa e suas instalações. Em novembro de 1975, foram inauguradas as novas instalações do Frigma, que nessa época tinha se tornado uma Sociedade Anônima. Com os investimentos realizados, a capacidade de abate foi multiplicada e novos mercados foram conquistados, tornando a empresa conhecida regional e nacionalmente. 

Em 1977 a concessionária do Matadouro Municipal de Maringá era a empresa  J. J. Maia & Cia. Ltda., que comprava e abatia suínos e bovinos e comercializava carnes em 11“casas de carnes” de sua propriedade instaladas nos bairros de Maringá.

De acordo com a Lei Municipal nº 1.367, de 12 de maio de 1980, a empresa concessionária do Matadouro Municipal deveria se comprometer a atender outros usuários interessados em utilizar as instalações do matadouro, sob pagamento de taxas. O abate era realizado com a fiscalização do Serviço de Inspeção Estadual, a cargo do Conselho de Medicina Veterinária.

Em 22 de dezembro de 1980, a concessionária J. J. Maia & Cia. Ltda. e o Município de Maringá firmaram  um Contrato de Concessão com prazo de 20 anos para a construção de um novo frigorífico. A concessionária se comprometia a construir um frigorífico no Distrito de Floriano em uma área cedida pelo Município com 63.287,78 m². A obra teria início em 50 dias após a assinatura do contrato e o prazo de construção era previsto para 24 meses. Assim que o novo frigorífico ficasse pronto, o Matadouro Municipal seria desativado.


Imagem 10 – Google Earth – Em amarelo, no canto inferior esquerdo da imagem, a área do novo Matadouro Municipal, construído às margens da PR-317 (em vermelho), próximo à sede do Distrito de Floriano, na saída para Campo Mourão, na margem direita do Ribeirão Floriano (em azul)

Apesar do desenvolvimento da pecuária na região e da implantação de amplos e modernos frigoríficos na cidade, de acordo com matéria publicada em 25 de novembro de 1981 no periódico O Jornal, em Maringá havia um comércio clandestino de carne. Marchantes que agiam na calada da noite abatiam reses em lugares impróprios. Na época, autoridades estimavam que em Maringá cerca de 60% da carne consumida na cidade, principalmente a de porco, era de animais abatidos clandestinamente.

A Lei nº 1596, de 06 de outubro de 1982 autorizou o prefeito a prorrogar o prazo do contrato de concessão de uso do antigo Matadouro Municipal, firmado com a empresa J. J. Maia & Cia Ltda., por autorização da Lei Municipal nº 1.367, de 12 de maio de 1980. A prorrogação seria de dois anos, a contar de 22 de dezembro de 1983, quando então a empresa passaria a ocupar as novas instalações no Distrito de Floriano.

Assim que a J. J. Maia & Cia. Ltda. transferiu suas atividades para a unidade de Floriano, as antigas instalações do Matadouro Municipal de Maringá, na atual avenida São Paulo, foram desativadas. Parte das antigas construções foi adaptada para a instalação de um laboratório do Instituto de Tecnologia do Paraná – Tecpar. Desde 2023, as instalações passaram a ser ocupadas pelo departamento de manutenção de veículos da Secretaria Municipal de Saúde.

Aproveitando a grande oferta de matéria prima em Maringá e região, os proprietários do Frigorífico Luso-Brasileiro Central criaram a empresa     Central – Indústria e Comércio de Couros Ltda., que em 13 de novembro de 1982 inaugurou as instalações de um curtume de couro localizado na Estrada Borba Gato, o primeiro do gênero a se instalar na região e considerado o maior do sul do país, com capacidade para processar até 2.000 peles por dia.


Imagem 11 – Google Earth – Localização do Curtume Central (em amarelo) situado na antiga Estrada Borba Gato (em marrom), na continuação da então avenida Carlos Correia Borges (em branco), na margem direita do Córrego Cleópatra (1), tributário do Ribeirão Pinguim (2).

Em 19 de outubro de 1985, foram inauguradas as instalações da empresa australiana Leiner, à época considerada a maior indústria de gelatina da América Latina, cuja unidade foi instalada às margens do Rio Pirapó, na Rodovia PR-317, na divisa entre os municípios de Maringá e Iguaraçu. A empresa utiliza pele de suínos e couro bovino para a fabricação de gelatinas comestíveis. 


Imagem 12 – Google Earth – Localização da indústria Leiner (em amarelo) situada na Rodovia PR-317 (em vermelho), na margem esquerda do Rio Pirapó (em azul), que faz divisa entre os municípios de Maringá e Iguaraçu. Em 2002 a unidade foi vendida para o grupo Gelita. Atualmente, a unidade maringaense é a maior do mundo no setor. Cerca de 80% de toda a produção de gelatina é destinada à exportação. A matéria-prima utilizada pela unidade da Gelita em Maringá, a raspa de couro de gado, é comprada em vários estados. Além de fazer aquisições em frigoríficos e curtumes da região, cerca de 80% são comprados no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Acre e São Paulo. 

A década de 1980 foi a época de ouro do setor frigorífico em Maringá. De acordo com a edição de 15 de julho de 1986 do periódico Correio de Notícias, de Curitiba, em Maringá havia quatro frigoríficos: Parplan, Luso-Brasileiro Central, Frigma e Floriano (J. J. Maia & Cia. Ltda.), que juntos abatiam diariamente cerca de 2.000 cabeças, mais de 30% do volume estadual, avaliado em 6.000/dia. Cerca de 1.500 a 1.880 funcionários trabalhavam nos quatro frigoríficos de Maringá. A produção, além de atender à demanda de Maringá, era comercializada para outras regiões do país.

A partir dos anos 1990, notou-se uma mudança no perfil agropecuário do Norte do Paraná, resultado de um processo que teve início nos anos 1970 e que provocou a rápida substituição dos cafezais e das pastagens por lavouras de milho, trigo, soja e cana-de-açúcar, levando  à implantação de indústrias de processamento de grãos e de usinas de produção de açúcar e álcool.

Todo esse processo teve como consequência imediata a valorização das terras da região, o que contribuiu para a transferência da atividade pecuária para outras regiões, notadamente o Centro-Oeste e Norte do país, o que contribuiu para o esvaziamento da atividade frigorífica no Norte do Paraná. Por esta razão, os frigoríficos instalados em Maringá passaram por crises sucessivas por diversas causas, dentre as quais podemos citar:

  • Redução da oferta de bovinos no mercado regional;
  • Questões fiscais e tributárias, incluindo o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS;
  • Falta de incentivo governamental para o setor, na região;
  • Crises financeiras provocadas por sucessivos planos econômicos; e
  • Questões trabalhistas.

A partir do final da década de 1990, em função dessas dificuldades, muitas empresas do setor foram obrigadas a encerrar suas atividades e arrendar ou vender suas plantas industriais a outros grupos econômicos.

Isto fez com que abatedouros menores da região intensificassem suas atividades, porém sem uma infraestrutura adequada. Isto pode ser constatado em matéria publicada na edição de 7 de março de 1993, de O Diário de Maringá, que informava que a Regional de Saúde, através do Serviço de Vigilância Sanitária, iria continuar o trabalho de fiscalização e interdição dos matadouros municipais irregulares na região. Segundo a matéria, cerca de 80% da população da região consumia carne abatida sem as mínimas condições de higiene.

O Frigorífico Luso-Brasileiro Central, que teve seu pedido de concordata preventiva deferido em 2 de julho de 1987, arrendou suas instalações em 1995 para a Palmali Indústria de Alimentos, empresa com sede em Palmas (PR). A unidade passou a produzir embutidos a partir de agosto de 1995. 

Mas, apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor frigorífico na região, Maringá recebeu novos investimentos. Em 1999, a empresa multinacional francesa Solabia instalou-se na PR-317, próximo à sede do Distrito de Floriano. Em 2007, a empresa, por meio de um processo químico, passou a extrair  da cartilagem de boi e de porco o princípio ativo do sulfato de condroitina, que é usado na fabricação de medicamentos. 


Imagem 13 – Google Earth – Localização das unidades da empresa francesa de biotecnologia Solabia (em amarelo), instaladas no Distrito de Floriano, ao lado do Frigorífico  Floriano (em verde), na PR-317, saída para Campo Mourão. O terreno fica na margem direita do Ribeirão Floriano (1) e de seu tributário Córrego Miringuava (2). Atualmente a empresa mantém duas unidades de produção e um centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação no local.

A planta industrial do frigorífico de Floriano, depois de ser ocupada pela J. J. Maia & Cia. Ltda., foi transferida sucessivamente para os frigoríficos Eldorado, Laçador, Madri e Nacional, que teve sua falência decretada em agosto de 1999. Atualmente, suas instalações estão desocupadas e parcialmente destruídas.

Em meados da década de 2000, a planta industrial do Frigorífico Maringá – Frigma foi transferida para uma nova área situada no município de Paiçandu, bem na divisa com o município de Maringá. Em junho de 2005, as suas antigas instalações, situadas na Estrada Maringá – Bom Sucesso (atual avenida Cerro Azul), foram demolidas. Em seu lugar, foi implantado o Condomínio Residencial Villagio Bourbon, cujo alvará de construção foi expedido pela Prefeitura em 20 de setembro de 2006. 


Imagem 14 – Google Earth – Localização da nova unidade do Frigorífico Maringá - Frigma (em amarelo), instalada na saída para Cianorte, no município de Paiçandu, bem na divisa com o município de Maringá, na margem direita do Ribeirão Paiçandu (em azul), na PR-323 (em vermelho) que é acessada pela PR-317 (em branco).

A planta industrial do antigo Frigorífico Luso-Brasileiro Central, que havia sido arrendada para a Palmali, também teve suas atividades encerradas. A unidade da Palmali operou nesta planta por mais de duas décadas e encerrou suas atividades em novembro de 2019.  Em abril de 2021, as construções ali existentes estavam sendo demolidas. Em parte da área foram construídos diversos prédios residenciais, como, por exemplo, o Vivace Residence Club, o Edifício Parque Itororó e o Edifício Solar do Bosque.

A planta industrial do Frigorífico Parplan foi ocupada sucessivamente pelos frigoríficos Sadia, Cargil, Navirai, Amambai, Margem, Friboi e JBS, que anunciou o encerramento de suas atividades nesta unidade em agosto de 2011. A empresa alegou mudanças de estratégia de integração operacional, visando obter custos mais baixos na produção para tornar o produto mais competitivo. As instalações estão abandonadas desde então.

Já a planta industrial do novo Frigorífico Maringá, instalado no município de Paiçandu, na divisa com o município de Maringá, foi ocupada sucessivamente pelos frigoríficos Mercosul, Margem, Torlim e Big Boi. A unidade tem capacidade instalada para abater 650 a 700 bovinos por dia, mas deixou de realizar abates em janeiro de 2023. Atualmente, a unidade opera apenas no processamento e na comercialização de carnes.

Não há mais nenhum frigorífico de abate de bovinos operando em Maringá. De todas as plantas industriais, existe apenas a do antigo Frigorífico Parplan, porém não opera desde agosto de 2011. No vizinho município de Paiçandu, há apenas a planta industrial do Frigorífico Big Boi, porém não realiza abate desde janeiro de 2023.

Se o mercado de gado bovino arrefeceu na região de Maringá, o de frangos teve um crescimento fantástico. Isto se deu a partir da década de 1980, quando a região oeste de Maringá passou a contar com abatedouros de aves. 

Na Estrada da Fruta, foram instalados o Abatedouro Coroaves Ltda., que começou a operar em outubro de 1981, e o Abatedouro Maringá, adquirido em 1992 pela empresa Gonçalves & Tortola S/A. O negócio é operado no sistema de integração, no qual  as empresas (integradoras) fornecem aos criadores (integrados) os pintos, a ração, a assistência técnica e sãoresponsáveis pelo abate e  comercialização dos frangos. O criador entra no negócio com as instalações, os equipamentos, o aquecimento, a água, a cama e a mão de obra para a criação dos frangos. Além do abatedouro, as empresas mantêm unidades de criação de matrizes, incubadoras e fábricas de ração. Este segmento gera muitas vagas de trabalho preenchidas por moradores de Maringá e cidades vizinhas.

O Abatedouro Coroaves mantém a marca Frangos Maringá. Já a Gonçalves & Tortola S/A. (GTFoods) mantém as marcas Canção Alimentos, Mister Frango, Frangos Canção, Bellaves, Lorenz, CM3 Amidos e Brasil Embalagens.


Imagem 15 – Google Earth – Localização do Abatedouro Coroaves (em amarelo) e do Abatedouro Gonçalves & Tortola S/A (em verde) situados na Estrada da Fruta (em vermelho), que tem início na BR-376 (em branco). 

1 – Córrego Água Suja

2 – Córrego Burigui

3 – Ribeirão Bandeirantes do Sul


No mapa abaixo são mostradas as localizações de todas as empresas citadas no texto.


Imagem 16 – Google Earth – Mapa parcial do município de Maringá

1 – Frigorífico Maringá

2 – Matadouro Municipal de Maringá

3 – Frigorífico Luso Brasileiro Central

4 – Z. Krosnowski & Cia. Ltda.

5 – Frigorífico Parplan

6 – Frigorífico J. J. Maia (Floriano)

7 – Central – Ind. e Com, de Couros

8 – Leiner

9 – Solabia

10 – Frigma / Big Boi

11 – Abatedouro Coroaves

12 – Abatedouro Gonçalves & Tortola 




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