Segundo Colin Heywood em seu livro “Uma história da infância”, o fascínio pelas crianças, que deu origem à infância como instituição, é bem recente na história da humanidade.
Até o século XII, na era medieval, os altos índices de mortalidade infantil não incentivavam investimentos, resultando em certa negligência para com os recém-nascidos. E tão logo atravessavam os primeiros anos, os jovens eram tratados como adultos e só assim se integravam à sociedade. A criança permaneceu sendo vista como um adulto imperfeito, tolerado socialmente, até o século XVII, quando percebeu-se a necessidade de conceder a elas um tempo, uma espécie de quarentena, antes de serem introduzidas no mundo dos adultos.
Somente com a formalização da educação e a institucionalização da escola é que a criança encontrou um espaço para seu desenvolvimento.
Maringá surgiu após a compreensão do conceito de infância, porém antes desta ser uma garantia constitucional, o que abre perguntas sobre como foi o exercício e a experiência da infância dos maringaenses nas primeiras décadas.
Estatisticamente, a maioria teve acesso à educação básica de alguma forma, reservando-se um período para o desenvolvimento físico e intelectual das pessoas. Mas tão logo crescidos o suficiente, passariam a integrar a força de trabalho da família na produção de recursos para a subsistência.
A imagem mostra um grupo grande de crianças reunidas em um parque infantil. É uma janela para o passado, que nos permite imaginar os primeiros anos de formação da cidade e dos seus cidadãos. São alunos do colégio Santa Cruz, primeira escola particular de Maringá. O registro é, provavelmente, da década de 1960.
Fontes: Acervo Maringá Histórica / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / HEYWOOD, Colin. Uma história da infância: da Idade Média à época contemporânea no Ocidente. Porto Alegre: Artmed, 2004.