Maringá

Casa Ivahy, de José Táccola – Mandaguari (PR)

1937

Com texto de Marco Antonio Deprá.

Ao consultar o acervo digital do Museu da Bacia do Paraná, o pesquisador Miguel Fernando, do site Maringá Histórica, deparou-se com a fotografia abaixo, sobre a qual não havia informações.

Consultando Marco Antonio Deprá, memorialista e colaborador do Maringá Histórica, concordaram que a imagem não era de Maringá. Foi então que o Deprá teve a idéia de consultar o historiador Levi Avelino Martins, do Mandaguari Histórica. Imediatamente, Levi sugeriu que a fotografia era de Mandaguari e que a construção ao centro da imagem poderia ser a da Casa Ivahy, importante estabelecimento comercial fundado em 1938, por José Táccola. Em consulta às netas do fundador, residentes em Londrina, Levi teve sua hipótese confirmada.  

O comércio de Mandaguari surgiu em 1937 como um posto de venda na boca da mata abastecendo dezenas de pequenos povoados em formação na região. Por muitos anos supriu as necessidades de agricultores que começaram a se instalar na região de Maringá, a partir de 1938. Mesmo com a criação da Vila Pinguim (hoje conhecida como Maringá Velho) e a instalação de diversos estabelecimentos comerciais naquele pequeno núcleo urbano, muitos pioneiros maringaenses continuaram a se abastecer no comércio de Mandaguari, então muito mais forte e já consolidado.

Um dos pioneiros do comércio de Mandaguari foi José Táccola, que chegou à cidade em 1938 e lá instalou a Casa Ivahy, na Data nº 8 da Quadra nº 60, na esquina da avenida Amazonas com a então rua Caçadores (atual Tertuliano Guimarães Júnior).


Fragmento da Planta de Mandaguari (1946): localização da Casa Ivahy, bem no centro da cidade.

Durante muitos anos a Casa Ivahy foi a mais forte da região. Com um variado estoque de secos, molhados e ferragens, contava também com uma bomba de gasolina, a primeira da cidade e região. A gasolina era fornecida pela The Texas Company, empresa que posteriormente adotou a sigla Texaco e a famosa logomarca formada por um grande “T” dentro de uma estrela.

Além de comerciante, José Táccola era correspondente do Banco do Brasil em Mandaguari. Por isso, era o único da região a possuir um cofre. Ele recebia os depósitos em dinheiro e chegou a levar o numerário de carroça a Apucarana. Foi o “Caixa Forte” da cidade até a instalação do Banco Noroeste do Estado de S. Paulo, o primeiro a se instalar em Mandaguari. No cofre eram guardados dinheiro, documentos e joias, que ficavam sob a guarda de José Táccola.

Fachada da Casa Ivahy com o proprietário José Táccola, na segunda porta.

Imagem da inauguração do Hangar Renê Táccola no Aeroporto de Mandaguari no início da década de 1950. Em primeiro plano, da esquerda para a direita aparecem Décio Medeiros Pullin (farmacêutico e prefeito), José Táccola (comerciante e pai do homenageado), Moysés Lupion (governador do Paraná) e sua esposa Hermínia Lupion e, por último, Renata Yara Táccola.


Fachada da Casa Ivahy, com a bomba manual de gasolina “Texaco”. 

Em 1947, com a mudança do escritório da Companhia de Terras Norte do Paraná de Mandaguari para Maringá e com a emancipação dos municípios de Marialva, Maringá, Mandaguaçu, Nova Esperança e Paranavai, em 1951, o comércio mandaguariense passou a ser caracterizado como dependente exclusivo da agricultura local. A partir de então, Maringá foi se consolidando como o mais importante centro comercial e de serviços da região.

Fontes: Museu da Bacia do Paraná / Facebook - Levi Avelino Martins - Mandaguari Histórica / Livro: Mandaguari: Sua História, Sua Gente, de José Adalberto Firmino Silva (1982) / Acervo de Vivian Táccola Hernandes / Contribuições de Marco Antonio Deprá / Acervo Maringá Histórica. 

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