1953
Eis a Dias Martins S.A., então localizada na esquina das avenidas Carneiro Leão e Paraná, em registro feito no ano de 1953.
Na época, a atacadista e distribuidora era administrada por Américo Marques Dias que, proveniente de Portugal, chegou à Maringá em 1949. Importante destacar que, antes de a empresa paulista abrir sua filial em Maringá, Odwaldo Bueno Netto já a representava como pequeno distribuidor.
Américo Marques Dias auxiliou, junto de diversos empresários, a formalização da Associação Comercial de Maringá em 12 de abril de 1953, e, por conta de sua experiência na congênere de Votuporanga-SP, Dias foi convidado para assumir a primeira presidência da entidade em Maringá.. Época de um dos períodos mais intensos da Associação Comercial, conforme o próprio Américo Marques Dias destacou:
Quando a cidade se emancipou, uma das primeiras ações do primeiro prefeito foi elevar os impostos municipais, o que acabou gerando grande revolta. A Associação Comercial de Maringá havia acabado de ser fundada.
Fizemos diversas reuniões no Cine Maringá com os políticos locais. [...]. Nós argumentávamos que o povo não queria deixar de pagar impostos, mas havia uma taxação sobremaneira elevada.
O prefeito alegou que a cidade precisava de dinheiro [...]. Decidimos então que iria se estudar uma saída. [...] Mas nunca fomos chamados para conversar formalmente. [...]. Foi quando entramos com um mandato de segurança e conseguimos que os impostos do ano de 1953 não fossem elevados àqueles valores. [...].
A prefeitura não aceitou, recorreu e o processo foi para decisão na Capital do Estado. Nesse período de espera aconteceu uma coisa muito curiosa. Eu estava na Avenida Brasil, na cabine telefônica - a única que você podia falar para fora de Maringá - quando chegou um empregado meu e disse que o armazém (da Dias Martins) estava cercado por homens da prefeitura. [...] Quando chegamos na Avenida Paraná, onde ficava o armazém, ele estava todo cercado de pessoas com picaretas, machados, todos armados.
Entramos pelo fundo e mandamos chamar o líder, que me disse: “Nós estamos aqui porque estamos passando fome. O prefeito nos mandou para falar com o presidente da Associação Comercial, que é por causa dela que não tem dinheiro na prefeitura para nosso ordenado”. Eram os funcionários da prefeitura.
Argumentamos que o presidente da entidade não tinha nada com aquilo. [...]. A função da Associação era a de defender o seu associado.
Fonte: Gerência de Patrimônio Histórico / Livro - A solidez de um legado: Associação Comercial e Empresarial de Maringá (2016) / Acervo Maringá Histórica.
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