1948
Entre as muitas histórias contadas sobre Horácio Sabino Coimbra, o homem à frente da Companhia Cacique de Café Solúvel, é possível destacar as conquistas comerciais feitas em territórios norte-americano, soviético e chinês.
No episódio que ficou conhecido como a Guerra do Café Solúvel, o governo dos Estados Unidos exigia um imposto diferenciado para o produto brasileiro, para não prejudicar as indústrias norte-americanas. Horácio Sabino Coimbra, de forma hábil, estabeleceu parcerias com os industriais de lá. Estes passaram a ser importadores a granel do café solúvel produzido pela Cacique; de posse do produto, os estadunidenses empacotavam e vendiam aos consumidores com suas marcas locais. Foi assim que a “guerra” terminou.
Com vistas à diversificação dos clientes, e percebendo as transformações geopolíticas, Coimbra viajou para Moscou levando na bagagem amostras de café solúvel e iniciou relações comerciais com a então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e demais países do bloco comunista. Os primeiros negócios aconteceram, Horácio Coimbra deu continuidade à sua estratégia até que, a partir de 1984, a União Soviética tornou-se grande importadora de café solúvel produzido pela Cacique.
Movido pela preocupação de ampliar os mercados do país, Horácio Sabino Coimbra considerou inadmissível que o Brasil não estabelecesse relações comerciais com a República Popular da China. Em 1971, obteve autorização do governo militar para viajar secretamente e sem caráter oficial à China, acompanhado pelo cônsul brasileiro em Hong Kong, Geraldo Holanda Cavalcanti, na condição de "amigo". Conta-se que, durante a viagem, Coimbra se reuniu com altas autoridades do governo chinês e lançou as bases para o restabelecimento das relações comerciais e diplomáticas entre o Brasil e a China, que se concretizaram dois anos depois. Quando a primeira delegação governamental chinesa chegou ao Brasil, pediu ao Itamaraty apenas uma programação fora do roteiro oficial: visitar Horácio Coimbra para expressar gratidão por seu pioneirismo na reaproximação dos dois países.
Fontes: Acervo Folha de Londrina / Acervo Cia Cacique de Café Solúvel / Prefeitura Municipal de Londrina / Acervo Londrina Histórica.
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