Londrina

A chegada dos primeiros colonos

1930

A fotografia de 1930 retrata um dos momentos mais emblemáticos da fundação de Londrina: a chegada dos primeiros colonos e o início do processo de desmatamento conduzido pela Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP) no início daquela década. Na imagem, observa-se o campo aberto a partir das primeiras derrubadas de mata, com árvores abatidas e o solo demarcado para ocupação. Pequenas casas rústicas, construídas com madeira de palmito, surgem como abrigo para os pioneiros que desbravaram a densa floresta para dar início ao povoamento da região.

A fundação de Londrina foi um marco da colonização planejada no Brasil, impulsionada pelo capital britânico. A CTNP, braço da empresa Paraná Plantations, viu na fertilidade dos solos do Norte do Paraná uma oportunidade de transformar a mata nativa em uma potência agrícola. Com um meticuloso plano urbanístico e de ocupação territorial, a empresa atraiu milhares de imigrantes, especialmente europeus e paulistas, interessados na promessa de terras férteis e prosperidade.

A fotografia também revela um aspecto fundamental da sobrevivência nos primeiros anos: o palmito jussara, também utilizado como um dos principais alimentos dos colonos. Sem infraestrutura consolidada e distante dos grandes centros urbanos, os primeiros habitantes precisavam se adaptar às condições naturais, utilizando os recursos disponíveis para garantir moradia e sustento.

O cenário retratado contrasta com a Londrina dos dias atuais, uma metrópole desenvolvida, mas carrega consigo as marcas da resiliência e do espírito pioneiro de seus primeiros moradores. As dificuldades enfrentadas, desde doenças tropicais até a precariedade das estradas, foram superadas com trabalho árduo e determinação.

Fontes: Boni, Paulo César; Unfried, Rosana Reineri. Memórias Fotográficas. Londrina: Eduel, 2012. / Coutinho, Humberto Puiggari. Londrina: 25 anos de sua história. Londrina: Folha de Londrina, 1959. / Acervo Londrina Histórica.