No final de 1936, Londrina ainda era uma jovem cidade em formação, cercada por extensas matas que abrigavam valiosas madeiras de lei. Foi nesse cenário que a Serraria Mortari emergiu como um marco pioneiro da indústria local. A fotografia feita por F. F. Hahn, possivelmente no final de 1936 ou início de 1937, registra as instalações da serraria, a matéria-prima, os trabalhadores e o seu proprietário, Amadeu Mortari, cuja visão empreendedora desempenhou um papel crucial na história da cidade.

Amadeu Mortari chegou a Londrina em 1936, atraído por um agenciador da Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP). Proveniente de Matão, São Paulo, onde já operava uma serraria, Mortari ficou impressionado com as promessas do Norte do Paraná, repleto de recursos naturais e um mercado em expansão. Ao retornar para Matão, desmontou sua serraria, transportou o maquinário e trouxe sua família e funcionários especializados para a nova empreitada.

O terreno adquirido por Mortari ocupava uma área estratégica entre as ruas Acre, Lorena, Rio Grande do Sul e a atual avenida Duque de Caxias, sendo um dos primeiros locais industriais de Londrina. Ali, a Serraria Mortari rapidamente se tornou um pilar econômico, beneficiando a abundante madeira disponível na região. A serraria produzia desde assoalhos e forros até janelas, portas e esquadrias, fornecendo material essencial para a construção de Londrina e cidades vizinhas.

Além de abastecer a região, a Serraria Mortari ampliou seus horizontes comerciais, atendendo clientes em estados como São Paulo e Rio de Janeiro. A empresa empregava métodos inovadores para a época, como o pagamento de madeira bruta com madeira beneficiada.

Fontes: Boni, Paulo César; Unfried, Rosana Reineri. Memórias Fotográficas. Londrina: Eduel, 2012. / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weis / Acervo Londrina Histórica.

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