Nos meados dos anos 1980, Londrina viveu uma fase em que o ronco dos motores e a adrenalina das corridas clandestinas conquistaram um público impressionante. A foto, tirada nas proximidades do viaduto da Vila Brasil, na avenida 10 de Dezembro (Via Expressa), retrata uma multidão de espectadores em um cenário que parece extraído de um filme de ação. Crianças, jovens e até trabalhadores largavam suas ocupações, como o sorveteiro com seu carrinho, para assistir a essas disputas ilegais que se tornaram um símbolo de um período menos regulamentado da história automobilística local.

A avenida 10 de Dezembro, um importante eixo viário de Londrina, tornava-se uma pista de corrida para entusiastas de carros modificados e gaiolas motorizadas. Um dos destaques das corridas era um Chevette equipado com motor de Opala 6 cilindros, vindo de Cascavel, que competia com as populares gaiolas com motores de Fusca, muito comuns nas disputas daquela época. A simplicidade mecânica e o espírito de aventura eram a alma dessas competições.

Apesar da euforia e do caráter comunitário das aglomerações, os rachas colocavam em risco a segurança de participantes e espectadores. Sem qualquer infraestrutura de segurança ou organização formal, as corridas eram movidas pela ousadia, mas também pela irresponsabilidade. Hoje, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) classifica os rachas como uma infração gravíssima, com penas severas para os envolvidos.

O cenário da avenida 10 de Dezembro, à época cercado por terrenos baldios e uma paisagem ainda em transformação, reforça a nostalgia de um período em que as cidades cresciam de maneira menos ordenada e as regras pareciam mais flexíveis. Contudo, a foto também serve como um lembrete dos perigos e das mudanças que vieram com o tempo, transformando o que era antes visto como uma forma de diversão em uma atividade proibida e penalizada.

Fontes: Agora Londrina, página no Facebook / Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/1997 / Acervo Londrina Histórica.

Outras publicações:

Londrina

Bar Líder: símbolo da boemia e negócios de uma Londrina antiga

Londrina

Pharmacia Maria Izabel