Antes que o café se tornasse o símbolo do Norte do Paraná, foi o algodão que desempenhou um papel crucial no desenvolvimento econômico da região. Nos anos 1930, a multinacional norte-americana Anderson Clayton & Cia. Ltda. estabeleceu-se em Londrina, marcando o início de um período de transformação social e econômica. Localizada estrategicamente à margem da linha férrea, na atual avenida Theodoro Victorelli, a empresa era um marco industrial no coração de uma cidade em formação.

A empresa liderou a produção de algodão e contribuiu para a geração de empregos, impostos e renda. A escolha do local à frente do Marco Zero de Londrina não foi por acaso. A proximidade com a ferrovia facilitava o escoamento do algodão, conectando Londrina aos grandes mercados nacionais e internacionais.

A importância da Anderson Clayton foi tamanha que deixou um legado arquitetônico. Mesmo décadas após o encerramento de suas operações, sua chaminé foi preservada e integrada ao projeto do Complexo Marco Zero. 

A memória da empresa também é preservada em imagens icônicas. Uma das fotografias mais reproduzidas na historiografia de Londrina mostra o pátio da Anderson Clayton nos anos 1930, com veículos como o Ford e Chevrolet da época, usados para transportar algodão. As pessoas na foto, incluindo figuras como Geraldo, gerente da empresa, e Silvério Paglia, também são testemunhos vivos de um passado dinâmico e transformador. O registro foi feito pelo fotógrafo José Juliani.

Naqueles primeiros tempos de Londrina, a Anderson Clayton simbolizou o potencial do Norte do Paraná em diversificar sua economia e abrir caminhos para novos ciclos de riqueza.

Fontes: Boni, Paulo César; Unfried, Rosana Reineri. Memórias Fotográficas. Londrina: Eduel, 2012. / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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