Londrina

Londrina: música, teatro e as vozes que ecoaram do Interior

1970

Os loucos anos 1970 em Londrina não foram apenas uma época de efervescência literária e jornalística. A cidade também se destacou como um centro de inovação na música, no teatro e nas artes plásticas. Nomes como Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção reinventaram a música brasileira, trazendo a experimentação para o cenário nacional.

Arrigo Barnabé, por exemplo, transformou sua vivência em Londrina na base para sua obra-prima, Clara Crocodilo, produzida por Robinson Borba. O experimentalismo também guiou Itamar Assumpção, um dos grandes nomes da vanguarda paulista. Ambos mantiveram laços profundos com Londrina, reforçando a cidade como berço de talentos disruptivos.

No teatro, nomes como Nitis Jacon de Araújo Moreira e Mário Bortolotto levaram ao palco as inquietações de uma geração. Peças que questionavam a realidade social e política do país foram marcantes nesse período. Eventos como o Festival Internacional de Londrina (FILO) consolidaram a cidade como um polo teatral.

As artes plásticas também tiveram seu espaço, com Letícia Faria, Kambé, José Antônio e Lúcio Jeolás liderando um movimento que desafiava as convenções tradicionais. Na fotografia, Daniel Martinon, Chico Rezende e tantos outros eternizavam a efervescência da cidade em imagens que se tornaram patrimônio cultural.

Londrina era um mosaico de vozes e formas de expressão. Esse caldeirão cultural não só fomentou novos movimentos artísticos, mas também mostrou que a criatividade do interior podia dialogar com grandes centros urbanos e, mais importante, inovar em diferentes áreas.

Os anos 1970 em Londrina foram um marco de criação coletiva. Com música, teatro e artes visuais que ainda ecoam, a cidade consolidou seu lugar como um dos mais vibrantes polos culturais do país, reafirmando que sua vocação para criar vai muito além do café e do campo.

Fontes: Revista da Academia Paranaense de Letras (2016) / Acervo Londrina Histórica.