No Hospitalzinho dos Indigentes, um pequeno gesto de solidariedade podia significar muito. Evangelina Rodrigues e Silva, carinhosamente chamada de Nina Bonifácio, foi uma das colaboradoras voluntárias que marcaram a história do local. Esposa do cerealista José Bonifácio e Silva, Nina se destacou por sua atuação incansável em prol dos mais necessitados, transformando sua compaixão em ação.

Nina conheceu o trabalho de Gabriel Martins por meio de seu marido, que frequentemente ajudava financeiramente o hospital. Sensibilizada pelos relatos, ela decidiu participar ativamente. Seu envolvimento ia além da contribuição material: Nina colocava literalmente as mãos à obra, auxiliando na preparação de sopas para os pacientes e ajudando com os curativos.

Relatos colhidos pela professora Jolinda Alves indicam que Nina desempenhou um papel crucial no dia a dia do hospital. Ela ajudava com os cuidados básicos, mas também fortalecia o espírito comunitário, mobilizando outros moradores de Londrina para contribuir. Sua dedicação era tão grande que, mesmo após o encerramento das atividades do Hospitalzinho e a transferência dos pacientes para a Santa Casa, Nina manteve sua ligação com a assistência social.

Entrevistada para a pesquisa de Jolinda, Nina destacou a criatividade de Gabriel Martins ao lidar com o aumento de pacientes. Em momentos de lotação, ele improvisava colchões no chão para garantir que ninguém ficasse sem atendimento. Sua generosidade inspirou Nina a redobrar seus esforços, convencida de  que pequenos atos poderiam transformar vidas.

Fontes: Herman Iark Oberdiek, “Serviços médicos em Londrina (1933 a 1971): Responsabilidade e compromisso”. Eduel, 2011 / Jolinda de Moraes Alves, “Assistência aos pobres em Londrina: 1940/1980”. Eduel, 2013. / Acervo Folha de Londrina / Acervo Londrina Histórica. 

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