O primeiro plantão farmacêutico de Londrina

O primeiro plantão farmacêutico de Londrina, realizado em 9 de outubro de 1934, é um marco significativo na história da saúde pública local. Apenas dois meses antes de Londrina ser oficialmente elevada à categoria de município, a Farmácia Gomes, sob a liderança de Daniel Gomes Leme, decidiu iniciar o plantão aos domingos, garantindo à população o acesso a medicamentos e cuidados emergenciais fora do horário comercial regular. Essa iniciativa, tomada em parceria com as farmácias São João e Cianorte, mostrou a capacidade dos farmacêuticos de se organizarem de forma autônoma, sem a intervenção do poder público, para suprir as necessidades de uma comunidade em expansão.

Londrina vivia então um período de crescimento acelerado, impulsionado pelo intenso fluxo migratório de famílias que buscavam oportunidades. A cidade, que mal começava a se organizar, sofria com a falta de infraestrutura básica, especialmente no setor de saúde. Nesse contexto, as farmácias eram verdadeiros centros de assistência à saúde, onde além de medicamentos, ofereciam orientação e pequenos atendimentos à população.

O plantão farmacêutico simbolizou o compromisso dos profissionais com o bem-estar coletivo e foi um precursor das políticas de saúde pública que se desenvolveriam nas décadas seguintes. A medida garantiu que, mesmo em um período marcado por desafios como doenças tropicais, falta de médicos e um único hospital local, a população tivesse acesso a cuidados essenciais em qualquer dia da semana.

Essa ação colaborativa entre as farmácias locais é um exemplo pioneiro de como a organização comunitária pode responder de maneira eficaz aos desafios coletivos, destacando a importância da farmácia comunitária na história da saúde urbana brasileira.

Na foto, o centro de Londrina em meados da década de 1930.

Fontes: Boni, Paulo César; Unfried, Rosana Reineri. Memórias Fotográficas. Londrina: Eduel, 2012. / Acervo Londrina Histórica.

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