1940
Inaugurado em 2 de julho de 1940, o Cine Theatro Municipal foi um marco na vida cultural de Londrina. Localizado no número 187 da avenida Rio de Janeiro, o cinema, que comportava 800 poltronas, rapidamente se tornou um ponto de encontro para a população. Com uma programação variada que incluía filmes de todos os gêneros, apresentações musicais e até bailes de Carnaval, o Cine Theatro Municipal fez parte de um período de efervescência cultural da cidade.
A edificação, que media 15 metros de frente e 50 metros de fundo, impressionava pela grandiosidade e estilo arquitetônico. A construção em alvenaria com o telhado em estilo nipônico Irimoya, característico das habilidades dos mestres carpinteiros japoneses, era um destaque da paisagem urbana da Londrina da década de 1940. Para a estreia, o filme escolhido foi "60 anos de Glórias", do diretor britânico Herbert Sydney Wilcox, lançado em 1938, que encheu a sala de 800 lugares.
O Cine Theatro foi uma realização da Irmãos Nishiyama & Cia, sendo Satoro Nishiyama o principal administrador. O nome do cinema, ao contrário do que se poderia pensar, não envolveu investimento público, mas sim uma iniciativa privada. O nome foi escolhido por meio de um concurso promovido pelo jornal Paraná-Norte, que recebeu 47 sugestões. O vencedor, que sugeriu "Cine Theatro Municipal", foi premiado com 100 ingressos.
Nos anos 1940 e 1950, o Cine Theatro Municipal oferecia uma experiência única aos londrinenses. Com um piano na ante sala que preenchia o ambiente com música antes das exibições e uma bomboniére que vendia pipoca e amendoim, o cinema era um espaço de convivência e troca cultural. Os frequentadores, muitas vezes trajando roupas elegantes, encontravam ali um ambiente onde podiam sonhar, rir e se emocionar juntos.
O Cine Theatro Municipal teve um fim trágico: em 10 de novembro de 1975, o imóvel foi consumido por um incêndio, encerrando uma era de ouro na história do cinema londrinense.
Fontes: Acervo Folha de Londrina / Museu Histórico Padre Carlos Weiss / Livro Memórias Fotográficas, Paulo César Boni / Acervo Londrina Histórica.
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