Até 2007, na esquina da avenida Higienópolis com a rua Tupi, havia uma residência que mais parecia ter saído das páginas de um conto de fadas. Conhecida como a "Casa dos Anõezinhos", essa construção era também o símbolo de uma história de amor e perseverança que marcou a vida de uma família pioneira em Londrina.

Tudo começou em 1939, quando Roberto Júlio Roehrig e sua esposa, Mercedes Hauer Roehrig, chegaram à cidade com a intenção de ficar apenas cinco anos. O casal veio de Curitiba para abrir uma filial de uma empresa de materiais de construção. Nos primeiros anos, enfrentaram os desafios típicos de uma cidade em formação, morando em uma pequena casa de madeira na rua Sergipe. No entanto, Londrina, com seu encanto e potencial, rapidamente se tornou o lar definitivo da família.

Como um gesto de amor e reconhecimento, Roberto decidiu construir a "casa dos sonhos" de Mercedes, inspirada em uma residência que ela admirava em Curitiba. Em 1945, a casa de alvenaria foi inaugurada, projetada pelo jovem engenheiro Rubens Meister, que mais tarde  ganharia destaque por projetos como o Teatro Guaíra e o Palácio Iguaçu, na capital paranaense.

Com seu estilo germânico e um jardim decorado com pequenos gnomos de gesso, a casa rapidamente se tornou um dos marcos arquitetônicos mais queridos de Londrina. Crianças e adultos passavam pelo muro baixo, encantados com a construção que se destacava entre as poucas casas de alvenaria da época.

As rosas cuidadas por Roberto circundavam os muros do imóvel, enquanto as orquídeas cultivadas por Mercedes adicionavam ainda mais charme ao jardim. Foi nesse cenário que Mercedes e Roberto criaram seus quatro filhos: Ruth, Leony, Milton e Júlio.

Fontes: Acervo Folha de Londrina / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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