Em junho de 2019, a Folha de Londrina publicou uma reportagem de Vitor Ogawa que contou o fim de uma era: após 71 anos, o Salão Coroados fechou suas portas. Localizado na rua Senador Souza Naves, o salão de cabeleireiros iniciou suas atividades no saguão do Hotel Londrina, inaugurado em 1948 por Newton Câmara. Inicialmente chamado de Salão Londrina e fundado por Francisco Barbosa de Oliveira, o estabelecimento testemunhou as transformações ao longo do tempo.

Na época, a rua Souza Naves ainda era de terra. Em dias de chuva, a lama era combatida com pó de serra para evitar que o barro se espalhasse pelo salão. A pavimentação em paralelepípedo veio depois. O campo de futebol em frente ao hotel deu lugar à construção da Galeria Lafayette.

No início dos anos 1960, quando a família Vicentini comprou o estabelecimento e o renomeou para hotel Coroados após uma ampla reforma, o salão também mudou de nome e ganhou um novo espaço: uma sala no mesmo prédio, com entrada voltada para a rua. Nessa época, Francisco Barbosa de Oliveira vendeu o salão para três de seus funcionários: os irmãos Dácio e Décio Salvino de Oliveira e Ederaldo Almeida.

Durante os anos dourados do Salão Coroados, a moda ditava bigodes ao estilo Clark Gable e cortes de cabelo feitos com máquinas manuais pesadas, exigindo destreza dos barbeiros. As navalhas, afiadas em assentadores de couro, eram preparadas com  uma pasta francesa para facilitar o processo de afiação.

O salão foi frequentado por figuras notáveis da política paranaense, como os ex-governadores José Richa e José Hosken de Novais, além da alta sociedade londrinense. Ederaldo Almeida, um dos sócios e barbeiro do salão, e Maria Aparecida Pedriça, cabeleireira, foram entrevistados na reportagem de 2019, trazendo à tona memórias de uma época. Infelizmente, Maria Aparecida faleceu em março de 2021, vítima da Covid-19, aos 70 anos, e Ederaldo faleceu em junho de 2022, aos 83 anos.

Fontes: Acervo Folha de Londrina / Foto de Ricardo Chicarelli, Grupo Folha / Acervo Londrina Histórica.

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