1932
Mencionada já nos textos egípcios e nas cartas de El-Amarna, a cidade libanesa de Biblos adquire o seu nome por influência grega, sendo uma das mais antigas cidades da Fenícia. Fica situada nas costas do Mediterrâneo, a cerca de 40 quilômetros ao norte de Beirute. Lá nasceu David Dequêch, em 9 de fevereiro de 1894. Na adolescência, estudou em Nazaré, onde cursou História e Contabilidade. Ao sair de lá, falava quatro línguas: hebraico, siríaco, francês e árabe. Mais tarde, aprenderia outros três: alemão, inglês e português.
Aportou no Brasil com 18 anos de idade. O primeiro destino foi Mafra, em Santa Catarina. Não tardou, mudou-se para Cambará, no Paraná, onde se casou com Jamile, com quem teve quatro filhos: Nady, Nilo, Nelson, Norton e José Mário. As notícias da Londrina que nascia em meio à mata do Norte do Paraná atraiu o casal.
A edição comemorativa aos 35 anos da cidade, publicada no jornal Folha de Londrina, em 10 de dezembro de 1969, traz uma frase de Dequêch que deixa claro o seu espírito desbravador: ''Eu não vim para Londrina. Londrina é que veio depois, quando eu já estava aqui. Quando cheguei, era Patrimônio Três Bocas, em 1932''.
Logo, abriu o seu comércio; era o terceiro da cidade. E em 1937 foi um dos fundadores da Associação Comercial de Londrina. O pioneiro David Dequêch sempre foi um homem determinado. Há uma história de que os ingleses da Companhia de Terras Norte do Paraná consideravam impossível a cidade crescer para o poente, mesmo assim Dequêch decidiu que a sede da Associação seria construída na rua Minas Gerais. O tempo e o desenvolvimento da cidade provaram que o libanês tinha razão. O pioneiro criou também a primeira banda municipal e organizou as primeiras quermesses de Londrina.
Era um líder nato. Foi presidente da Associação Comercial de Londrina por diversas oportunidades. Esteve à frente de movimentos pela implantação do aeroporto, da Coletoria Federal, da Santa Casa, dos colégios Marista, Londrinense e Hugo Simas, do Tiro de Guerra, e também dos serviços de água e telefone.
David Dequêch faleceu em 10 de março de 1973, deixando um legado importante para Londrina e sendo lembrado como um libanês diferenciado, muito culto e de uma energia e iniciativa fora do comum. Seu amigo, o historiador Alberto João Zortéa, destacou as qualidades do antigo morador e afirmou que Dequêch era um homem excepcional que contribuiu significativamente para o desenvolvimento de Londrina.
Fontes: Museu Histórico de Londrina / Acervo Associação Comercial e Industrial de Londrina - ACIL / Acervo Folha de Londrina / Acervo Londrina Histórica.
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