1958
Em meados da década de 1950, os cafeicultores do Paraná enfrentavam dificuldades significativas devido aos baixos preços pagos pela saca de café. Em 1956, em um esforço coletivo, solicitaram ao Governo Federal um aumento no valor da saca, mas seus pedidos não foram atendidos integralmente. O governo atendia apenas parcialmente a algumas solicitações, sempre às vésperas de crises maiores, deixando os agricultores insatisfeitos e sem solução para suas necessidades urgentes.
Essa frustração culminou dois anos depois, em 1958, em uma série de manifestações populares. Cafeicultores de Londrina e Maringá decidiram organizar uma grande marcha até o Rio de Janeiro, marcada para o dia 18 de outubro, com o objetivo de cobrar as reivindicações diretamente do governo. Esta marcha, conhecida como a Marcha da Produção, foi um momento crucial de união e mobilização no campo, destacando a liderança de importantes figuras religiosas, como Dom Geraldo Fernandes, de Londrina, e Dom Jaime Luiz Coelho, de Maringá.
Esses bispos desempenharam um papel fundamental na organização e mobilização dos agricultores, utilizando sua influência para dar voz ao movimento. Eles ajudaram a estruturar a marcha e a angariar apoio, não apenas das comunidades locais, mas também de outras regiões produtoras de café.
A marcha não foi apenas um movimento local, mas uma ação coordenada que envolveu diversas frentes. No caminho para o Rio de Janeiro, a caravana do Norte do Paraná se juntaria a outros grupos de cafeicultores vindos do Espírito Santo, Minas Gerais e do próprio Rio de Janeiro. Essa união simbolizava a magnitude do problema e a necessidade de uma solução abrangente que beneficiasse todos os produtores de café do país.
No entanto, a Marcha da Produção encontrou um grande obstáculo logo no início. Ao sair de Maringá, os manifestantes foram detidos pelo Exército, que havia feito uma barricada na estrada, composta por tambores e soldados armados. Esta intervenção militar impediu a continuação da marcha, destacando o clima tenso e as dificuldades enfrentadas pelos agricultores na luta por seus direitos.
Fontes: Acervo JC Cecílio / Acervo Maringá Histórica / Acervo Londrina Histórica.
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