Na década de 1940, Londrina enfrentava um desafio crucial: garantir o abastecimento de água potável para uma cidade em rápido crescimento. Antes que a prefeitura assumisse essa responsabilidade, a tarefa foi confiada a Aristides de Souza Mello, engenheiro civil e diretor técnico da companhia colonizadora, concessionária da região.

Inicialmente, a cidade dependia de captações diretas de diversos mananciais, um método que rapidamente se tornou insuficiente diante do progresso acelerado. Para contornar essa limitação, a companhia decidiu perfurar seis poços semiartesianos, uma medida ousada e pioneira na época, especialmente em uma área de derrames diabásicos, onde a ocorrência de água era incerta.

O primeiro poço, com seis polegadas de diâmetro, foi um sucesso. Revelou-se extremamente produtivo, dando início a uma série de perfurações subsequentes que aliviaram a crise hídrica. Esses poços foram essenciais para garantir o abastecimento até que a prefeitura pudesse concluir suas próprias obras de captação. A prefeitura, por sua vez, começou a captar água a cerca de nove quilômetros de distância, nas cabeceiras dos córregos Cafezal e Esperança.

A história do abastecimento de água em Londrina é um testemunho da engenhosidade e determinação de seus primeiros habitantes e administradores. A iniciativa de Aristides de Souza Mello e da companhia colonizadora não apenas resolveu um problema imediato, mas também pavimentou o caminho para futuras expansões e melhorias no sistema de abastecimento da cidade. Esse episódio destaca a importância da adaptação e inovação diante das adversidades, elementos que continuam a ser vitais para o desenvolvimento urbano sustentável.

Fontes: Colonização e Desenvolvimento do Norte do Paraná. 50 anos da Companhia de Terras Norte do Paraná. 1975. / Acervo Londrina Histórica.

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