1930
Nos primeiros anos de Londrina, a arte da carpintaria não era apenas um ofício; era uma força vital na moldagem da identidade urbana. Naquela época, a cidade, ainda em sua infância, era um caleidoscópio de madeira - das fachadas das casas às estruturas fundamentais como o primeiro hotel, a primeira igreja, os primeiros comércios, todos erguidos com a madeira abundante da região. Essas construções, muitas feitas de peroba rosa, não apenas resistiram ao tempo, mas também se tornaram testemunhos da habilidade e do artesanato dos carpinteiros locais.
As construções de madeira, inicialmente vistas como soluções temporárias para os recém-chegados que buscavam fortuna rápida, gradualmente ganharam um caráter mais permanente. Para aqueles que escolheram Londrina como lar, essas estruturas se transformaram em residências definitivas. Neste cenário, emergiu a figura do carpinteiro - não apenas um trabalhador, mas um artista. Seus serviços eram tão valorizados que as famílias mais abastadas da cidade chegavam a esperar meses para poder contar com o talento desses profissionais.
O casarão de Willie Davids, uma estrutura emblemática da época, ilustra vividamente a habilidade desses carpinteiros. Cada beiral, janela, arco e escada reflete a maestria e a dedicação desses artífices. Era um trabalho que demandava não apenas força física, mas também um olhar artístico, uma compreensão da madeira como material e uma habilidade para moldá-la em formas que eram tanto funcionais quanto esteticamente agradáveis.
Os carpinteiros de Londrina foram, portanto, muito mais do que meros construtores; eles foram os artífices de uma era da cidade. Em cada linha e entalhe, eles inscreveram a história inicial de Londrina - uma história de transformação, resiliência e arte. Esse legado ainda pode ser visto e sentido nas estruturas que resistiram ao tempo, contando histórias de uma época em que a madeira era o alicerce da cidade.
Fontes: Memórias fotográficas: a fotografia e fragmentos da história de Londrina. Paulo César Boni, Rosana Reineri Unfried e Omeletino Benatto. Midiograf, 2013. / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.
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