Londrina

A serraria Siam – parte 2

1944


A imagem de 1944, postada originalmente por Maria Elena Bonzanino, registra uma confraternização da serraria Siam - Seleção Industrial de Artefatos de Madeira. Na foto, estão membros da diretoria, funcionários e seus familiares, representando um marco na rica história industrial e comunitária de Londrina. Nos seus melhores momentos, a Siam teve uma produção anual que ultrapassou os  dez mil metros cúbicos de madeira e empregava cerca de 100 pessoas - era um gigante em uma época em que tais números eram uma façanha.

Sua trajetória é marcada também por períodos de grandes desafios. Durante a Segunda Guerra Mundial, a escassez de insumos impactou fortemente a produção e a distribuição. No entanto, após o conflito, a indústria madeireira de Londrina voltou a prosperar. O período pós-guerra foi marcado por uma produção acelerada, com a Siam investindo na fabricação de peças padronizadas para construções de madeira.

A Siam fechou suas portas no início da década de 1950 devido a mudanças que afetaram negativamente seus negócios. No final da década de 1940 e, de modo mais acelerado, na década de 1950, Londrina viu suas construções trocarem a madeira pelo tijolo, especialmente em razão do advento do modernismo arquitetônico. Também a legislação municipal passou a restringir o uso da madeira na construção. 

A indústria viu-se também diante do fenômeno da escassez de matéria-prima. O Norte do Paraná, antes coberto por vastas florestas de madeiras de lei, enfrentou um desmatamento intensivo. A consequência direta foi a falta de madeira para as serrarias, tornando a produção mais cara e trabalhosa. 

A trajetória da Siam reflete um padrão comum em muitas cidades brasileiras, onde indústrias pioneiras ajudaram a moldar a economia, a cultura e a identidade locais. Para as gerações mais novas, o nome Siam está presente por meio de um dos bairros mais tradicionais de Londrina, que leva o seu nome, a Vila Siam. 

Imaginar Londrina sem a influência da Siam seria ignorar as raízes da própria cidade. A fotografia de 1944, mais do que um mero registro de um evento social, simboliza a união e o esforço coletivo que moldaram Londrina. Representa uma era onde a indústria madeireira, além de um negócio, era um elo que unia pessoas, criava empregos e construía comunidades.

Fontes: Blog Londrina – Foto Memória, disponível em https://londrinafotomemoria.blogspot.com / Memórias fotográficas: a fotografia e fragmentos da história de Londrina. Paulo César Boni, Rosana Reineri Unfried e Omeletino Benatto. Midiograf, 2013. / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss /Acervo Londrina Histórica.

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