1944
Nos idos de 1944, Londrina, um crescente polo econômico, viu sua estação ferroviária original tornar-se insuficiente para acomodar o movimento fervilhante. A Rede de Viação Paraná Santa Catarina (RVPSC), que administrava o serviço ferroviário local, reconhecendo a importância estratégica da cidade, decidiu erguer uma nova estação, não apenas funcional, mas também monumental. Assim nasceu o projeto de Raphael Assumpção (responsável técnico) e Euro Brandão (projeto arquitetônico), engenheiros que sonharam um edifício de 99,44 metros de comprimento por 13,50 metros de largura, com dois pavimentos, destinado a se tornar um ícone da modernidade e eficiência.
O projeto prometia mais do que um ponto de trânsito: seria um centro de conveniência, com escritórios, serviços de rádio e telégrafo, bilheteria, setor de encomendas, depósito de materiais e malas, sala de espera, banheiros e até mesmo bar e restaurante, refletindo o espírito inovador da época. No entanto, como muitas grandes obras, o caminho para sua conclusão foi pontuado por desafios e atrasos. Iniciada em 7 de janeiro de 1946, a construção enfrentou diversos obstáculos, desde adaptações no armazém até mudanças no material de construção para combater cupins, simbolizando a dinâmica constante entre o planejado e o imprevisível.
A história da estação é um reflexo da própria história de Londrina, marcada por uma mistura de planejamento e adaptação. Um exemplo do compromisso com a durabilidade de uma obra pública foi demonstrado, por exemplo, em 1947, quando foi feita a cobertura do telhado. O projeto previa o madeiramento em pinho, mas, mesmo sendo 50% mais caro, foi feita a troca para a peroba, pois esta não estava sujeita a ataques de cupins.
Mais de quatro anos depois, o que era um plano no papel tornou-se realidade. A inauguração oficial em 19 de julho de 1950 não foi apenas a abertura de uma estação, mas a celebração de um esforço conjunto que transformou Londrina e seu entorno. Esta estação não era apenas um ponto de parada para trens; era um símbolo de progresso, um marco na paisagem urbana e um ponto de encontro para as pessoas.
Fontes: Memórias fotográficas: a fotografia e fragmentos da história de Londrina. Paulo César Boni, Rosana Reineri Unfried e Omeletino Benatto. Midiograf, 2013. / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.
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