Quando já fazia parte da Associação Londrinense dos Cineastas Amadores (ALCA), Raul Zanketi realizou um filme de ficção, que conta a história de uma convertida. As filmagens foram feitas na Sociedade das Irmãs Claretianas, ao lado do asilo São Vicente de Paulo. Esse filme participou da Mostra de Super 8, realizada em Curitiba, no ano de 1978, e depois foi usado pela Igreja Católica em campanhas de conversão.

Nesse período, Zanketi foi colaborador de outro cineasta londrinese, Vicente José Lorenzo Izquierdo, participando da montagem e sonorização do filme "Infração: Estacionar na Calçada/O Cego" (1978).  O curta-metragem participou da programação do I Concurso Nacional de Filmes Super 8 para Educação de Trânsito, realizado em São Paulo, sendo o vencedor na categoria enredo.

Entre suas realizações, certa vez, para o comercial de uma construtora local, Zanketi decidiu que ia mostrar o meticuloso trabalho de um joão-de-barro fazendo a sua morada. Pretendia registrar imagens das várias fases da construção. Para isso, passou quarenta dias no meio do mato, vivendo em uma barraca, com a companhia inseparável do chimarrão. Fixou a câmera estrategicamente posicionada e, por meio de um controle remoto com fio, acionava o equipamento. 

Contudo, a narrativa de Zanketi ganhou contornos inusitados quando ele descobriu que o joão-de-barro interrompia o seu trabalho aos domingos, provavelmente, porque acompanhava a redução da movimentação na fazenda. O fato, que poderia ter sido uma curiosidade local, alcançou proporções nacionais. O programa televisivo "Acredite se Quiser" fez chamadas anunciando que iria mostrar o “joão-de-barro que não trabalha aos domingos”. Porém, por motivo desconhecido, o episódio acabou não sendo exibido. 

Fontes: “Memória: Produção Cinematográfica em Londrina”, de Caio Julio Cesaro – monografia de conclusão do curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo, Universidade Estadual de Londrina, 1995 / Acervo Londrina Histórica.

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