Londrina

O Hotel Cravinho, da família Morikawa

1940


Construído entre o final da década de 1930 e o início dos anos de 1940, o Hotel Cravinho abrigou compradores de terras, viajantes, imigrantes e a memória de uma era passada. Sua fachada simples escondia um interior acolhedor. O nome do seu primeiro dono se perdeu no tempo. Mas recorda-se que o homem dizia que o lugar era o primeiro hotel feito em alvenaria da cidade. Ficava na rua Minas Gerais, entre as ruas Sergipe e Benjamin Constant, posição estratégica entre a estação ferroviária e a futura estação rodoviária, que seria inaugurada em 1952, atraindo a atenção daqueles que desembarcavam em busca de aventuras e oportunidades na jovem Londrina. 

O ano de 1945 trouxe uma virada marcante para o Cravinho com a chegada do imigrante japonês Mokutaro Morikawa, que, com sua esposa Mura e três filhos, assumiu a administração do hotel. E assim, o Cravinho tornou-se um ponto de encontro da colônia japonesa, evidenciado pelo letreiro em japonês na fachada. Naquela área, bastante frequentada por orientais, o hotel não era exclusivo da comunidade japonesa, abrindo suas portas para viajantes e mensalistas, principalmente vendedores itinerantes.

Quem tomava conta do negócio era o filho mais velho, conhecido como “Baixinho”, pois Mokutaro não falava bem a língua portuguesa. A mãe chefiava a cozinha do estabelecimento. Enquanto a família Morikawa desempenhava papéis vitais no funcionamento do Hotel Cravinho, que tinha um pequeno restaurante, cerca de cinquenta quartos e oito banheiros coletivos, o ambiente festivo criava laços. Assim, suas paredes testemunharam risos, negócios, festas e amizades que transcenderam as décadas. 

No início dos anos 1960, "Baixinho" partiu para São Paulo e a gestão do hotel foi passada para Kiyoshi Morikawa, o segundo filho da família. Nessa década, enquanto governadores estaduais, como Ney Braga e Paulo Pimentel se hospedavam no Sahão ou no Bourbon, era o Cravinho que recebia membros das comitivas. 

Apesar da morte de Mokutaro, em 1967, a família Morikawa continuou administrando o hotel até 1978, quando Reinaldo Mathias Ferreira tornou-se o novo proprietário.

Fontes: “Hotel Cravinho: um reduto da colônia japonesa”, de Ulisses Sawczuk, encontrado em: “Hotéis históricos do Norte do Paraná”, organizado por Paulo César Boni e Juliana de Oliveira Teixeira. Midiograf, 2013. / Acervo Londrina Histórica.

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