Londrina

Londrina, a terra da poeira vermelha e do espírito pioneiro

1932



Em meio à Revolução de 1932, quando o país mergulhava em conflitos, os habitantes das 150 casas que existiam em Londrina encontraram-se isolados do resto do mundo. A estrada de ferro, que chegava até Jataí, cessou suas atividades já no primeiro dia da guerra. Era uma época de incertezas, de escassez, mas também de solidariedade. Passagens daquele curto, intenso e importante período da história local foram contadas por Oswald Nixdorf e registradas em publicação do jornalista Humberto Puiggari Coutinho.

Contam que Willie Davids desembarcou em Londrina em 22 de maio de 1932, enquanto diretor técnico da Companhia de Terras Norte do Paraná. Um mês depois, começaram os primeiros episódios da Revolução. Rapidamente, surgiram as consequências e a cidade viu-se à mercê da escassez. Sal, farinha, açúcar, arroz, feijão, fumo, cigarros e fósforos, tudo se tornou uma raridade. 

Foi então que Davids, com sua bagagem de engenheiro, administrador e fazendeiro, abraçou a responsabilidade pelo destino daquela gente londrinense. Tomou várias atitudes para amenizar a penúria local. Entre elas, rapadura e arroz em casca foram adquiridos em Sertanópolis, e uma máquina foi construída para descascar o arroz. Um monjolo surgiu para tornar a vida um pouco mais fácil. 

Naqueles dias difíceis, as mulheres da cidade desempenharam um papel vital. Com base no palmito, elas prepararam refeições de todas as formas imagináveis: cozido, fervido, assado, cru; tudo para aliviar estômagos famintos. O fogão nunca podia se apagar, pois não havia fósforos para reacendê-lo. A criatividade e a determinação eram as únicas ferramentas disponíveis para atravessar as adversidades daquele momento.

Três meses depois, a Revolução chegou ao fim, mas ainda foi necessário um tempo até que o ritmo de abastecimento se restabelecesse. Esses relatos de tempos difíceis em Londrina são uma lembrança do espírito intrépido dos pioneiros, que transformaram desafios em oportunidades.

Fontes: “Colonização e Desenvolvimento do Norte do Paraná-Norte”. Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, 1975.  / Foto: Hanz Kopp/ Acervo Londrina Histórica. 

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