Londrina

Jardim Shangri-lá

1950


Um marco na história da cidade, a Fazenda Coati, uma extensa propriedade de 1200 alqueires paulistas, adquirida em 1928 por Affonso Camargo, o então presidente do Estado do Paraná, testemunhou o cultivo dos primeiros 40 mil pés de café pelas mãos de Bertoldo Durães. A propriedade localizava-se entre o espigão onde hoje está a avenida Tiradentes e o ribeirão Coati. 

Décadas depois, nas terras antes agrícolas, o arquiteto paulista Leo Ribeiro de Moraes desenhou um paraíso urbano e inovador, o bairro Shangri-lá. Este foi o primeiro loteamento aprovado sob a égide da Lei 133/51 de Zoneamento e Arruamento de Londrina, criada pelo urbanista Prestes Maia. 

O Shangri-lá não era apenas um lugar, mas uma visão de encanto concretizada: situando-se em local alto com vista magnífica, tinha água em abundância, saudável, seguia a morfologia das ''garden cities'' e ''garden suburbs''. Sobressaía uma caixa d'água mirante. Entre suas características, estão as ruas sinuosas e os  cruzamentos espaçados e as praças acolhedoras.  As vielas e a arborização estética do bairro deixavam uma impressão única na paisagem e na rotina de seus habitantes. O bairro também trouxe uma outra novidade para a época: o asfalto.

O Shangri-lá se ergueu como um elo entre Londrina e a tradição das "garden cities" britânicas. Inclusive, no artigo publicado em setembro de 2010, no jornal Folha de Londrina, o professor Humberto Yamaki destacou que o reconhecimento e a preservação do Shangri-lá, um bairro jardim com genuíno DNA inglês, poderia ser importante estratégia de marketing urbano de Londrina, referenciando a sua relação original com a capital inglesa.

O Shangri-lá logo se tornou o cenário de elegantes residências, um mosaico de estilos e gostos que refletiam a diversidade de seus habitantes. Em 1954, o bairro recebeu o Mercado Municipal Shangri-lá, que sediou a primeira exposição agropecuária de Londrina.

Chegava-se ao Shangri-lá principalmente pela rua Quintino Bocaiúva. E, na esquina das avenidas Tiradentes e Rio Branco, havia um posto de gasolina que levava o nome do bairro, construído nos anos 1950, possuía uma arquitetura elegante e singular, sustentada por pilares em forma de "V". 

Fontes: Acervo Folha de Londrina / Acervo Yutaka Yasunaka / Acervo Londrina Histórica.

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