1931
Era junho de 1931, quando um livreto de 19 páginas escrito em japonês, cuidadosamente ilustrado, começou a circular pela região. Seu título era "Norte do Paraná, Seu Desenvolvimento, Progresso e Futuro: A Califórnia do Brasil". Era um convite irresistível para aqueles que buscavam uma nova vida e oportunidades em terras distantes.
A Companhia de Terras Norte do Paraná tinha um objetivo claro ao publicar aquele livreto: associar a região ao sucesso e prosperidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que havia sido o principal destino dos imigrantes japoneses até os anos 1920. Com muitas imagens e legendas sugestivas, a publicação retratava o panorama do empreendimento e despertava, dessa forma, o interesse dos leitores.
O impresso tinha apresentação de Hikoma Udihara. O texto era de Shuho Nakanishi. As páginas do livreto mostravam a visita de príncipes ingleses à fazenda de Barbosa Ferraz, destacando as terras disponíveis para venda. Pontes metálicas imponentes sobre os rios Paranapanema e das Cinzas, além de exuberantes plantações de café e milho, revelavam a fertilidade daquelas terras. A construção da ferrovia e a promissora plantação de arroz enfatizavam o desenvolvimento em curso.
A publicação mencionava a existência de vastas extensões de terras ainda intocadas, 22.500 alqueires, pertencentes à Burajiru Iju Kumiai e à Nambei Tochi Kaisha, que posteriormente originaram as cidades de Assaí e Uraí. Era enfatizado que nenhum pé de café, incluindo aqueles na Fazenda de Barbosa Ferraz, escapava das mãos habilidosas dos imigrantes japoneses.
Apesar da presença expressiva, o texto ressaltava que poucas famílias japonesas eram proprietárias de terras na região, devido a diferentes circunstâncias. No entanto, com a ligação da ferrovia e os novos tempos que se aproximavam, o livreto trazia um prenúncio de impulso e progresso para os imigrantes japoneses no Norte do Paraná.
A companhia colonizadora incentivava a formação de bairros rurais. Ainda, foi estabelecida a Confederação de Associações da Colônia Internacional em 1933, à medida que mais imigrantes chegavam à região. O termo "Colônia Internacional" passou a ser usado para se referir às propriedades da Companhia de Terras Norte do Paraná, simbolizando a diversidade e o encontro de diferentes culturas em um único lugar.
Fontes: Museu Histórico de Londrina Pe. Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.
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