Londrina

As terras férteis do Norte do Paraná

1870


Era o ano de 1871 quando o gaúcho Irineu Evangelista de Souza, mais tarde barão e visconde de Mauá, tido em sua época como um dos homens mais ricos do mundo, já chamava a atenção para a existência das terras férteis do Norte do Paraná. Seu desejo não se limitava a acumular riquezas. Mauá ansiava por conectar oceanos e abrir caminhos para o desenvolvimento de todo um país.

Nas páginas de um livro que resgata a memória de Mauá, após a sua falência, o embaixador Alberto Faria citou um relatório que serviria para o empreendedor tentar convencer capitalistas ingleses a investirem na construção de uma estrada de ferro entre os portos de Antonina e Paranaguá e daí com a Bolívia, para unir os oceanos Atlântico e Pacífico através da Cordilheira dos Andes, trazendo para o Brasil o escoamento da produção de toda aquela região, incluindo-se o Mato Grosso. 

Segundo o livro, o projeto se resumia da seguinte forma: ‘‘A estrada de ferro primeiramente sairá de Curitiba a Campo Largo e Palmeira; daí ganhará o Vale do Ivaí passando pelas terras férteis do Norte do Paraná e atravessará o Rio Paraná em direção à cidade de Miranda, em Mato Grosso. Deste limite - apontava Mauá - a linha se ramificará para o Norte em direção a Cuiabá e para Oeste na direção da Bolívia, atravessando o rio Paraguai em frente ao Capão da Queima, povoado de Chuquisaqua, até a cidade de Sucre, antiga Capital, e daí a Potosí e Oruro, onde estaria ligada ao Oceano Pacífico”.

As palavras de Mauá eram carregadas de entusiasmo e vislumbravam um futuro de prosperidade. Ele acreditava que aquela ousada empreitada abriria novos horizontes para o Brasil, impulsionando a economia e promovendo o desenvolvimento de regiões até então isoladas e esquecidas.

Dificuldades financeiras, a falta de apoio político e a falta de recursos tecnológicos naquela época inviabilizaram o sonho do visionário empreendedor. Apesar disso, o legado de Mauá permaneceu vivo na memória daqueles que compartilharam de sua visão.

Fontes: “Memória: Produção Cinematográfica em Londrina”, de Caio Julio Cesaro – monografia  de conclusão do curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo, Universidade Estadual de Londrina, 1995 / “A Saga dos Japoneses no Paraná – de imigrantes a pioneiros”, de Homero Oguido. 2ª edição, Curitiba, 1.988. Gráfica Ipê. / Acervo Londrina Histórica. 

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