Genir Galli

1949

Com texto de Marco Antonio Deprá.

Catarinense de Caçador, Genir Galli nasceu em 10 de novembro de 1936 (no registro do nascimento consta incorretamente 10 de dezembro de 1936). Era o mais novo dos sete filhos de Guilhermina Querubini Galli e Pedro Alexandre Galli, que era dono de uma oficina mecânica naquela cidade localizada no Vale do Rio do Peixe, em Santa Catarina.

Muitos falavam do Paraná e da cidade de Maringá, “aonde o dinheiro vinha das árvores”. Não demorou muito para a família se mudar para a região. “Vamos tentar o Paraná”, sentenciava o senhor Pedro.

Em 1949, a família transferiu-se para Maringá, fixando residência na Avenida Carneiro Leão, 1050. Na época, Genir contava 13 anos de idade e já ajudava seu pai e seus irmãos Alvino e Abílio na oficina da família localizada na Praça José Bonifácio, junto às instalações do Posto Maluf.

Genir dizia que a única diversão quando ainda moleque era brincar no Rio Pirapó e depois no “Porto Bananeiras”, no Rio Ivaí. “Era um bom lugar para namorar”. Genir trabalhou em várias concessionárias de veículos, como a Transparaná, Pismel, Dama e Irmãos Sala.

Por muito pouco Genir não se transformou em “Congregado Mariano”. Ele se confessava com o próprio Bispo Dom Jaime Luiz Coelho, em sua casa, que lhe deu valiosos conceitos. Por isso mesmo, era um rapaz muito bem visto na comunidade, mesmo tendo tempo para frequentar o salão amarelo do Grande Hotel Maringá, depois da sessão de domingo no Cine Maringá.

Quando Genir completou 18 anos, já trabalhava em oficina própria denominada Oficina Galli, localizada na avenida Carneiro Leão.

Em 1958, com 22 anos de idade, Genir se tornou sócio fundador do Country Club de Maringá, quando adquiriu a cota nº 241. Foi no clube que começou a praticar futebol de salão, grande paixão de sua vida, tornando-se um dos melhores goleiros da história de Maringá.

Posteriormente, Genir criou o Posto de Molas 007 e a Oficina Galli, estabelecimentos localizados na avenida Mauá. Depois empreendeu a Maringá Motor, na rua Guarani. 

Em 6 de abril de 1967, Genir se casou com Maria Inês Borghetti Galli, com quem teve quatro filhos: Gilmar, falecido aos dois meses de vida;  Silvio; Paulo César; Carlos Eduardo.

No início da década de 1970, Genir fez parte como goleiro da Seleção Maringaense de Futebol de Salão. No mesmo período, o goleiro logo viria a se transformar em “treineiro”, nome que se dava para “treinador”. O primeiro time que dirigiu foi o da Soesma, clube presidido por Leonildo Buzzo. O time foi campeão e logo Genir passaria a dirigir a equipe da Valmar, onde permaneceria por oito anos por meio de um “contrato” que lhe dava o direito de cuidar dos 42 carros da empresa.

Alguns anos depois, Genir criou a Galli Motor, na avenida Teixeira Mendes, oficina que depois foi transferida para o prédio próprio na avenida Carlos Correia Borges, nº 1030, no Jardim Guaporé.

Além de consertar, Genir também montava e restaurava carros antigos.


Veículo fabricado por Genir Galli, em exposição no Museu da UniCesumar.

Imagem de Genir com o seu Belcar, com o qual participava dos desfiles de Aniversário de Maringá.

Mas foi como juiz de futebol que Genir viveu suas mais engraçadas histórias.

Era um amistoso entre os times do Banestado (Banco do Estado do Paraná) e do Banespa (Banco do Estado de São Paulo). Genir, sabiamente, trabalhava com dois cronômetros. Um deles ficava dentro da gaveta e o outro sobre a mesa. Este último seria o “oficial” que serviria para registrar o tempo de jogo com os seus devidos descontos.

A partida havia esquentado. Os times estavam nervosos e o Banestado corria o risco de perder o jogo que estava em 2 a 2. Genir resolveu terminar a partida antes da hora. Ao invés de usar o cronômetro “oficial” com os descontos registrados, resolveu mostrar o tempo real do jogo, registrado pelo cronômetro que estava guardado na gaveta. 

Fim do jogo e o técnico do Banespa partiu para cima do juiz que terminou a partida bem antes do tempo regular. Genir, calmamente, mostrou o cronômetro “falso” e o técnico “quebrou a cara”. 

Mais tarde, os jogadores dos dois times, muito mais calmos, foram almoçar no Bar Império. Durante o almoço, o técnico do Banespa voltou a falar com Genir sobre o cronômetro. O juiz falou a verdade e o técnico, impressionado, foi tomar sua cerveja dizendo que Genir era um juiz que pelo menos, jamais roubou dentro da quadra. Só no tempo.

Genir foi avô aos 68 anos de idade.

Faleceu às 07h do dia 25 de novembro de 2006, no Hospital Paraná, aos 70 anos de idade, em decorrência de um câncer de próstata.

A Lei Municipal nº 7525, de 25 de maio de 2007, de autoria do vereador Walter Guerlles, assinada pelo prefeito Silvio Magalhães Barros II e Ulisses Maia, Chefe do Gabinete do Prefeito, denominou de Pioneiro Genir Galli a então rua nº 46.046, do Loteamento Sumaré, na Zona 46.

Imagem Google: Rua Pioneiro Genir Galli, em vermelho, na parte superior direita.

Fontes: Acervo e contribuições de Marco Antonio Deprá / Acervo Maringá Histórica. 



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