Altoé veio para a cidade depois de ter participado em linhas de frente na II Guerra Mundial. Ao lado de mais de 25 mil homens e mulheres, compôs a Força Expedicionária Brasileira (FEB) que atuou junto dos Aliados na Campanha da Itália, durante as últimas etapas do confronto. A FEB foi criada em 1942 e extinta três anos depois, resultando em 445 missões executadas.
Francisco saiu da Vila Militar, no Rio de Janeiro, às 14h de 19 de setembro de 1944 e embarcou no navio às 18h do mesmo dia, rumo a porto de Nápoles na Itália, onde chegou em 6 de outubro daquele mesmo ano, tendo iniciado suas atividades vinte e quatro dias depois.
Altoé era motorista de ambulância vinculado ao Batalhão de Saúde, tendo como sua responsabilidade recolher feridos nas zonas de combate. Circulou por vários locais da Itália.
Com o fim da guerra, foram organizados passeios pela Europa, junto com os comandantes, para conhecimento de algumas cidades da Itália e da França. Em 11 de agosto de 1945, um comboio americano levou o exército brasileiro até o porto de Nápoles para o embarque de retorno.
Em 22 de agosto de 1945 o exército brasileiro foi recebido com homenagens em Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo suas próprias anotações, naquele mesmo ano em 30 de agosto, Francisco Hermínio Altoé foi condecorado com a Medalha de Campanha e, um dia depois, com o certificado de combate como participante da FEB.
No dia 6 de setembro de 1945, Altoé regressou para sua família em Venda Nova do Imigrante, no Espírito Santo. Foi recebido com honras e muita festa pelos moradores da localidade onde nasceu.
Casou-se com Elídia Lourençon em 3 de novembro de 1946 naquela mesma cidade, onde nasceram seus dois primeiros filhos: Anair Altoé, em outubro de 1947; Nemésio Altoé, em julho de 1949.
Com o dinheiro que recebeu do Governo Federal, Altoé adquiriu um caminhão e em 1º de fevereiro de 1950 deu início a viagem de mudança para Maringá. Chegaram aqui no dia 9 de fevereiro daquele ano e foram morar em uma casa alugada na Vila Operária, próximo da atual Santa Casa de Misericórdia. Viveram nesse local por seis meses até concluírem as obras de sua residência na rua Mem de Sá esquina com a atual rua Padre José Germano Mayer, na Zona 2.
Na nova cidade nasceram mais dois filhos: Neusa Altoé, em setembro de 1951; Norberto Altoé, em junho de 1954.
Francisco Hermínio Altoé passou a se dedicar ao trabalho de agricultor e de motorista de caminhão de transporte.
Mais tarde, seus quatro filhos se formariam pela Universidade Estadual de Maringá.
Francisco e sua esposa, Elídia, com o apadrinhado Luiz Carlos Altoé, que nasceu em 27 de dezembro de 1953.
Ao lado de outras figuras militares, Altoé sempre participava dos desfiles cívicos da cidade.
O pracinha da FEB morreu em 17 de dezembro de 2004 aos 84 anos, em Maringá, devido ao Mal de Alzheimer. Sua filha, Anair Altoé, deixa uma mensagem de carinho: "Meu pai é um herói e tenho muito orgulho em ser sua filha. Gratidão eterna pela vida e por seus ensinamentos."
Fonte: Contribuição de Luiz Carlos Altóe - Kaltoé e Anair Altoé / Acervo Luiz Carlos Altoé - Kaltoé / Acervo Maringá Histórica.