Nascida em 9 de junho de 1931, na cidade de São Paulo (SP), Fernanda Jiran foi a quinta filha do imigrante austríaco João Jiran e da pianista clássica fluminense Octacília Macedo Jiran. Criada em Belo Horizonte, encontrou em Londrina, a partir de 1952, a cidade que se tornaria o cenário de sua vida dedicada às artes e à educação.

Formada em Letras Anglo-Portuguesas (1964) e Teoria Literária (1976) pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Fernanda construiu uma trajetória sólida no ensino, lecionando no Colégio Estadual Vicente Rijo. Seu entusiasmo pelas artes era contagiante e sua presença nas salas de aula ia muito além do ensino tradicional: com sua voz marcante e carisma natural, encantava os alunos ao declamar poesias e recitar textos clássicos.

Fernanda fundou e coordenou as memoráveis sessões de cinema e ópera na antiga sede da Associação Médica de Londrina (AML). A paixão pelo cinema era tamanha que colecionava um extenso acervo de filmes, com destaque para sua grande admiração pela atriz Bette Davis, da qual possuía uma vasta coleção de materiais. Na Rádio Universidade FM, durante mais de 20 anos, apresentou programas como "Para Gostar de Ópera" (desde 1993), "Brasil Camerístico" (desde 2002) e "107 Clássicos" (desde 2005), aproximando o público londrinense do universo da música clássica e do canto lírico.

No círculo social, Fernanda era considerada uma figura icônica, descrita por amigos e colegas como "Senhora das Artes", "Mãe da Cultura" e "Amiga da Cultura". Sua irreverência e senso de humor a tornaram o centro das conversas na "Turma da Bolacha", um grupo de professoras e amigas que compartilhavam o amor pelas artes e pelas discussões intelectuais.

Fernanda Jiran faleceu em 3 de agosto de 2016, aos 85 anos.

Fontes: Mulheres de Londrina-Pilares de uma Cidade, página no Facebook / Acervo Folha de Londrina / Acervo Londrina Histórica.