Elza César Teixeira: a “professorinha paulista”

1939


Nascida no dia 16 de setembro de 1917, em Itaporanga (SP), Elza César Teixeira teve uma infância simples e livre, em um Brasil que ainda consolidava suas estruturas educacionais. Sua chegada ao Paraná foi marcada por um episódio que demonstrava seu talento e eloquência. Em Sengés, no sul do estado, teve a oportunidade de discursar em um jantar oferecido ao interventor federal Manoel Ribas, que ficou impressionado com sua desenvoltura e decidiu transferi-la para Londrina. Assim, em 1939, um ano antes da chegada de sua família, Elza desembarcava no Norte do Paraná, onde se tornaria peça-chave na educação local.

Seu trabalho no Grupo Escolar Hugo Simas, onde atuou entre 1939 e 1944, foi pioneiro e abriu portas para a vinda de outros professores de fora do estado, que até então não eram aceitos no quadro educacional paranaense. Esse feito marcou uma revolução na educação local, tornando Londrina um polo de excelência no ensino. Elza não apenas lecionava, mas também auxiliava alunos e colegas, escrevendo requerimentos, cartas e até mesmo pedidos de ajuda ao governo. Um de seus momentos mais emblemáticos foi quando ajudou uma aluna a redigir uma carta ao então presidente Getúlio Vargas, solicitando auxílio para continuar os estudos. A resposta veio rapidamente, com a garantia do suporte necessário.

Ao lado de grandes nomes do ensino, como Mercedes Martins Madureira e Zaqueu de Mello, Elza se destacou na formação de jovens, tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio. Lecionou Geografia no Ginásio Londrinense e no Colégio Estadual Vicente Rijo, onde permaneceu até sua aposentadoria.

O casamento com o professor Moacyr Teixeira uniu duas almas dedicadas à educação. Durante o regime militar, viveu momentos de angústia e sofrimento com a perseguição e prisão do marido, que teve seus direitos políticos cassados em 1964. Apesar das adversidades, manteve-se firme e, anos depois, viu seu companheiro ser reintegrado ao magistério com a Lei da Anistia, em 1980.

Evangélica atuante, participou da Igreja Cristã Presbiteriana de Londrina e do Clube das 15, grupo de amigas que por quatro décadas se dedicaram a ações sociais e ao fortalecimento da amizade. Mesmo após deixar as salas de aula, continuou colhendo o carinho de ex-alunos, que a reconheciam nas ruas e a saudavam com respeito e admiração.

Elza César Teixeira faleceu em 5 de novembro de 2020, aos 103 anos.

Fontes: Mulheres de Londrina-Pilares de uma Cidade, página no Facebook / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.



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