1934
Quando Celso Garcia Cid desembarcou com seu "tesouro genético" indiano em solo brasileiro, em 1960, poucos imaginavam o tamanho da revolução que aquele gado exótico provocaria na pecuária nacional décadas depois. Foram apenas 119 cabeças das raças zebuínas Guzerá, Gyr e Nelore, mas carregavam séculos de melhoramento metódico em uma genética secular.
Bastou um cruzamento com animais locais para ficar evidente a enorme superioridade daqueles zebus refinados cuidadosamente nos pastos da Índia pelo Marajá de Bhavnagar e sua família. Em poucas gerações, seu material genético foi introduzido na maioria absoluta dos rebanhos brasileiros, elevando o Brasil à elite mundial nos rankings de qualidade e produção da pecuária bovina.
Graças à visão de futuro e persistência obstinada de Garcia Cid em alcançar seu sonho dourado do outro lado do mundo, cerca de 80% do gado brasileiro atual carrega o sangue nobre das três raças históricas trazidas por ele, perfeitamente adaptadas ao clima tropical brasileiro. Hoje premiado nas mais renomadas exposições globais, o gado zebuíno tornou-se um dos grandes trunfos do agronegócio nacional para exportar anualmente para dezenas de países.
Mais que um frutífero intercâmbio comercial, a transação simbolizou uma ponte histórica e permanente entre duas nações tão distantes quanto complementares. O zebu indiano, sonho tão caro ao empreendedor galego, acabou entrelaçando para sempre os destinos agropecuários do Brasil e da Índia, dois países marcados pela miscigenação, pelo misticismo e pelo enorme potencial de crescimento.
E pensar que esse legado bilionário teve origem numa obstinada missão quixotesca ao longínquo país asiático, empreendida por um sonhador galego em busca do gado sagrado. O “Rei do Zebu”, Celso Garcia Cid, faleceu em 22 de dezembro de 1972.
Na foto, Celso Garcia Cid com seu touro Guzerá Parev, na 1ª Exposição de Londrina, em 1961.
Fontes: Fazenda Cachoeira 2C / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Folha de Londrina / Acervo Família Garcia / Acervo Londrina Histórica.
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