Em meados da década de 1930, Londrina não passava de um aglomerado rural precário, com poucas estradas, nenhum asfalto e carente dos serviços mais básicos. Transportar pessoas e cargas pela região ainda era um desafio hercúleo. Foi enxergando uma oportunidade que Celso Garcia Cid transformou seu caminhão em uma espécie de ônibus rústico, uma "jardineira" que pudesse levar mais gente de uma só vez.

Junto do sócio alemão Mathias Heim, até então o responsável pela administração do transporte dos pioneiros, Celso fundou em 15 de janeiro de 1934 a Companhia Rodoviária Heim & Garcia. O que inicialmente era um negócio informal para atender pioneiros e agricultores da região, ganhou impulso e acabou se tornando muito maior do que Celso imaginava. O negócio se desenvolvia no ritmo que a cidade crescia. Suas jardineiras logo se tornaram o meio de transporte mais popular da região. Era comum ver a pequena frota formada pela empresa cruzando picadas e levando famílias inteiras de um lado para o outro.

Quando Heim saiu da sociedade em 1937, Celso encontrou o conterrâneo espanhol José Garcia Villar para ser seu novo sócio. E o negócio continuou a expandir. Em 1 de fevereiro do ano seguinte, fundaram a Empresa Rodoviária Garcia & Garcia, embrião do que viria a ser a gigante Viação Garcia. De poucos caminhões que faziam viagens curtas pela zona rural, a empresa passou a ligar Londrina a grandes centros, cruzando diferentes Estados. Chegou a atender mais de 20 milhões de passageiros em um mês.

Mas nem seu fundador visionário poderia prever, décadas atrás, o tamanho que seus negócios alcançariam. Celso só enxergou uma necessidade local e utilizou os parcos recursos que tinha para tentar supri-la. Com trabalho árduo e muita persistência, junto com José Garcia Villar, construiu um império partindo daquelas viagens de jardineira que ajudavam a integrar o interior do Paraná.

Fontes: Prefeitura do Município de Londrina / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Família Garcia / Acervo Londrina Histórica.