Maria González Vicente

1938


Londrina, a "Pequena Londres", é conhecida por sua rica história e diversidade cultural. Entre as inúmeras figuras emblemáticas que ajudaram a construir sua trajetória, destaca-se Maria González Vicente, uma pioneira cuja vida reflete o espírito resiliente e a evolução desta cidade. Nascida em Monte Azul Paulista, interior de São Paulo, em novembro de 1917, filha dos imigrantes espanhóis Tomáz González Calderón e Francisca Vicente González,  cursou o colégio normal e formou-se professora primária na região de Araçatuba, no noroeste paulista, onde cresceu. Chegou a Londrina em janeiro de 1938, na companhia de dois dos seus 12 irmãos, carregando sonhos e uma forte determinação. 

Educadora, escoteira, ativista e muito mais, Maria foi reconhecida como uma arquiteta da transformação da cidade. Em sua chegada, o jovem município ainda era uma comunidade em crescimento, pulsante com o potencial agrícola e a promessa de prosperidade. Maria rapidamente se integrou, tornando-se a primeira professora do 4º ano na escola estadual Hugo Simas e, consequentemente, a pioneira em educar a primeira turma primária a concluir o curso na história local. 

No ano seguinte, Maria González também se aventurou no escotismo, tornando-se a primeira chefe das bandeirantes de Londrina. Seu encontro com o presidente Getúlio Vargas no Palácio do Catete em junho de 1939, chefiando um grupo de escoteiras do Norte do Paraná, foi um marco pessoal e um reconhecimento simbólico de seu papel como líder e inspiração para a juventude.

Antes da década de 1930 terminar, Maria Vicente desempenhou um papel relevante na campanha de arrecadação de fundos para a construção do hospital Santa Casa, que era coordenada por Willie Davids, e teve participação ativa na criação do Instituto Londrinense de Educação para Crianças Excepcionais (Ilece), em 1960. Como inspetora municipal de ensino, convidada pelo prefeito Miguel Blasi em 1941, e, posteriormente, chefe da Biblioteca Pública de Londrina, reforçou a importância da educação e da cultura na fundação da identidade londrinense.

Seu envolvimento no meio social e cultural local pode, por exemplo, ser também revelado pelo fato de que Maria foi a primeira mulher acionista do Londrina Country Club e do Grêmio Literário e Recreativo Londrinense, onde realizou o primeiro baile de debutantes da história da cidade. Conta-se que ela participou ativamente da diretoria desses clubes, sendo uma das lideranças na organização de carnavais que marcaram época. Nos anos 1940, os sócios do Clube Redondo elegeram Maria Vicente a “Rainha da Caridade”.

Após aposentar-se, não diminuiu o ritmo. Seu amor pelo aprendizado e exploração a levou a se tornar guia de turismo, fundando a primeira empresa do ramo em Londrina e organizando e guiando viagens por todo o Brasil e América do Sul. Em 1997, Maria González Vicente foi homenageada pelo município com o título de Cidadã Honorária de Londrina. Seu legado é um mosaico das muitas facetas da cidade: educacional, cultural, social e humanitária.

Fontes: Acervo Folha de Londrina / Acervo Londrina Histórica.



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