Margarida Christina Larsen, carinhosamente conhecida como Tia Nenê, foi a primeira enfermeira de Londrina. Nascida em Jaboticabal, no interior de São Paulo, a jovem Margarida trazia consigo as raízes de um pai dinamarquês e uma mãe alemã, uma mistura de culturas que refletia em sua jornada. 

Com oito anos, embarcou em um novo capítulo, deixando o Brasil para iniciar seus estudos na Alemanha. Quando retornou, aos 16 anos, as sementes de sua vocação já começavam a brotar. A II Guerra Mundial trouxe desafios inesperados, mas Tia Nenê os enfrentou. Alistou-se no Hospital Samaritano de São Paulo, onde desenvolveu suas habilidades e espírito de cuidado por sete anos. 

Com sua bagagem enriquecida, junto com a família, veio para Londrina em 1933, trazendo consigo uma força interna que iluminaria muitas vidas. Aqui, instalou-se na Serraria Roaskilde, onde hoje é a Superquadra Tupã.

Em um pequeno hospital próximo ao que hoje é a loja Havan, trabalhava lado a lado com o médico Kurt Miller. Tornou-se a única enfermeira da cidade na época, desempenhando um papel multifacetado, desde tratar pacientes picados por cobras até cuidar de acidentados nas derrubadas de árvores.

A epidemia de febre amarela que assolou a cidade encontrou Tia Nenê em sua linha de frente. Sua dedicação era uma luz brilhante em meio à escuridão da doença, um farol de esperança para aqueles que buscavam alívio para as suas enfermidades.

Mas suas ações pioneiras não eram apenas na área médica. Tia Nenê também marcou a história religiosa da cidade ao se tornar a primeira membra da Igreja Mórmon. Sua fé era um alicerce, uma fonte de força que a impulsionava em seu serviço abnegado.

Margarida Christina Larsen, a Tia Nenê, faleceu em 12 de setembro de 1990. Entre as homenagens que recebeu, a prefeitura deu o seu nome para uma rua no loteamento Chácaras Mussashino, conforme registra a Lei nº 8.700/2002.

Fontes: “Ruas, praças, avenidas e próprios públicos do município de Londrina denominados em 2002 - Biografia dos homenageados”, publicado pela Câmara Municipal de Londrina, em 2003. / Acervo Londrina Histórica.