Como um líder em constante movimento, Adolfo Barbosa Góis moldou um legado de cura, empreendedorismo e resiliência. Foi parte do primeiro grupo de médicos que recebeu do Conselho Regional de Medicina do Paraná, em 1986, o Diploma de Mérito Ético-Profissional, por ter mais de 50 anos dedicados à atividade de forma exemplar.

Seu espírito liberal coexistia harmoniosamente com sua sensibilidade pelas causas sociais. Um exemplo foram os anos de trabalho e dedicação no chamado Hospitalzinho dos Indigentes, iniciativa do médico pioneiro Jonas Faria de Castro. 

Mais que um médico talentoso, Adolfo também se destacou como jornalista, escritor e até mesmo político. Fez parte da segunda legislatura da Câmara de Vereadores de Londrina, de 1951 a 1955. Foi integrante da Comissão de Defesa Profissional da Associação Médica do Paraná, da qual foi vice-presidente no período de 1966 a 1967. Foi conselheiro da primeira gestão eleita e primeiro vice-presidente do Conselho Regional de Medicina, no mandato de João Vieira de Alencar, entre 1959 e 1963.

Escreveu uma autobiografia: "Dr. Góis - A saga de um nordestino", detalhando a sua jornada e deixando-a gravada na história. Ele alertou sobre os perigos da ganância e da arrogância na medicina, deixando uma lição profunda sobre integridade e ética. Nos anais da Associação Médica ficou registrado: “Grandes inimigos da Medicina: ser apedeuta, ser arrogante... Falta de paciência para suportar as desatenção, indelicadeza e descaso com as queixas dos pacientes (...) Ressalto que não poderá jamais ser um bom médico quem é ganancioso ou argentário. A ganância é a porta aberta para os desvios éticos e forja o charlatanismo.”

Seus feitos o conduziram por caminhos de reconhecimento público. Entre eles, a Câmara Municipal concedeu-lhe o título de Cidadão Honorário de Londrina e há uma praça, junto ao Monumento à Bíblia, no bairro Petrópolis, que leva o seu nome. Adolfo Barbosa Góis faleceu no final de 1991.

Fontes: Conselho Regional de Medicina do Paraná – CRM/PR / Acervo Londrina Histórica.